Polícia investiga crime passional em caso de médico encontrado morto e amarrado
Segundo delegado que investiga o caso, Erasmo Cubas, uma das linhas de investigação seria crime passional do médico
atualizado
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O médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, que foi encontrado morto na manhã dessa quinta-feira (3/8), em uma casa na Vila Hilda, em Dourados, no Mato Grosso do Sul, pode ter sido vítima de um crime passional. Segundo a Polícia Civil do estado, essa é uma das linhas de investigação do caso, que ganhou grande repercussão.
“Nós temos algumas linhas de investigação, a gente trabalha também com a possível linha de homicídio passional, tendo em vista algumas informações novas que chegaram até a delegacia, e também trabalhamos com os elementos encontrados na cena do crime”, afirmou o delegado responsável pela apuração do crime.
Causa da morte
Gabriel estava desaparecido desde sábado (29/7). Ele foi encontrado com marcas de espancamento e sinais de estrangulamento com fios de energia em uma primeira análise feita pela Polícia Científica. O corpo do profissional de saúde foi encontrado em uma residência da Rua Clemente Rojas, na Vila Hilda, com as mãos e os pés amarrados em uma cama, em avançado estado de decomposição, o que indica que ele estava morto há vários dias.
O médico usava as mesmas roupas de quando saiu do último plantão.
“Nós acreditamos que teremos mais informações sobre o que está sendo apurado quando nós recebermos as informações da perícia técnica sobre sobre a causa da morte, que até o momento não foi identificada, se trata de asfixia ou algum objeto que teria provocado a morte do Gabriel”, ressaltou Cubas.
O carro do médico, um Hyundai HB20, foi encontrado em frente à casa em que o corpo foi localizado. A propriedade era utilizada para aluguéis por temporada.
Ainda de acordo com o delegado, indícios apontam que o médico esteve no endereço sem ser forçado.
“Encontramos no local alguns vestígios que estão colaborando aí na investigação, encontramos o corpo ali, a vítima a princípio amarrada, também fizemos algumas análises no local que indicaram que a vítima teria ido ao local sem estar forçada, ela compareceu lá a pedido de alguém, onde os fatos se desenrolaram.”
Golpes
O celular do médico foi usado para aplicar golpes em conhecidos enquanto ele estava desaparecido. A informação foi passada ao Metrópoles por um amigo de Gabriel, que pediu anonimato. “Estamos ainda chocados e com muito medo do que ocorreu”, justificou.
O amigo confirmou que o celular do médico não foi encontrado, e as contas no Instagram e Facebook foram apagadas. “Acreditamos que tenham sido os assassinos. Porque até ontem ele [o número de Gabriel] estava respondendo e aplicando golpes, pedindo dinheiro emprestado pelo WhatsApp. Algumas pessoas caíram”, relatou.
Depois que amigos e a família começaram a divulgar o desaparecimento, o número de WhatsApp do médico parou de receber mensagens.
O desaparecimento foi registrado pela família na quarta-feira (2/8). A suspeita é de que alguém utilizou o celular de Gabriel para se comunicar com conhecidos.
Recém-formado
Gabriel não era visto desde a última quarta-feira (26/7), após sair de plantão no hospital da Cassems. O médico não apareceu para os plantões seguintes, na sexta (28/7) e no sábado (29/7).
Além do hospital da Cassems, Gabriel Rossi trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Dourados e no Hospital da Vida. Ele se formou em março deste ano na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e nasceu no Rio Grande do Sul.
O Hospital da Vida lamentou, pelas redes sociais, o óbito: “É com grande pesar que comunicamos o falecimento do nosso colaborar e amigo. Nesse momento de profunda dor manifestamos condolência aos familiares e amigos”.