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Polícia identifica três milicianos na disputa para substituir Ecko

Criminoso morto era o mais procurado do estado do Rio e chegou a ser alvo de 1.500 chamadas para o Disque-Denúncia desde 2014

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Miliciano carioca Ecko é baleado após ação da polícia do RJ
1 de 1 Miliciano carioca Ecko é baleado após ação da polícia do RJ - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

Rio de Janeiro – A Polícia Civil do Rio identificou três nomes de possíveis sucessores do miliciano Wellington da Silva Braga, o “Ecko”, morto durante operação Dia dos Namorados, deflagrada para prendê-lo na manhã deste sábado (12/6). Com os nomes, a polícia também se prepara para uma intensa disputa pela liderança do crime organizado na cidade, em especial na zona oeste, reduto de Ecko.

Os delegados responsáveis pela investigação preferem manter os detalhes em sigilo. No entanto, com base nas ligações recebidas pelo Disque-Denúncia (21 2253-1177), o mais cotado para liderar a quadrilha é o irmão de Ecko, identificado como Zinho e que tem o controle das contas da organização criminosa. Na manhã deste sábado, o governador do Rio, Cláudio Castro, afirmou que a força-tarefa que já prendeu quase 700 milicianos e bloqueou R$ 1,5 bilhão das quadrilhas vai continuar sem trégua.

Outros criminosos identificados como Tandera e Leandro Siqueira de Assis, o Gargalhone , podem entrar na disputa, em especial se este último conseguir a liberdade. Um quarto bandido, antigo chefe da quadrilha, conhecido como Toni Ângelo, também busca apoio para assumir.

Veja imagens do miliciano baleado:

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Ele foi localizado na casa da esposa, em uma comunidade do RJ
O miliciano foi baleado após tentar reagir à abordagem e quando tentou fuga
Com ele a polícia encontrou um fuzil que não chegou a ser usado
Van branca que foi usado para levar o miliciano ferido até um local para ser transferido para hospital
Van branca que foi usado para levar o miliciano ferido até um local para ser transferido para hospital
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Ecko, chefe da maior milícia do Rio de Janeiro

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Ele foi localizado na casa da esposa, em uma comunidade do RJ

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O miliciano foi baleado após tentar reagir à abordagem e quando tentou fuga

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Com ele a polícia encontrou um fuzil que não chegou a ser usado

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Van branca que foi usado para levar o miliciano ferido até um local para ser transferido para hospital

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Van branca que foi usado para levar o miliciano ferido até um local para ser transferido para hospital

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Cidade da Polícia do RJ

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O Disque-Denúncia oferecia R$ 10 mil de recompensa por informações sobre Ecko

Líderes dos grupos paramilitares da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, como Wellington de Moraes Silva, o Mun-Rá ou Tenente; Bruno Santos Souza, o Bruninho BR; e Gargalhone estão presos. Há ainda a possibilidade de alguns chefes anteriores retomarem o controle e ficarem independentes.

Ecko foi morto com dois tiros (o segundo disparo ocorreu dentro da van na qual ele era resgatado, depois que o bandido tentou pegar a arma de uma policial para fugir) quando visitava a esposa e os filhos, em razão do Dia dos Namorados. Ecko portava um fuzil Ak-47, munição e uma farda completa, com a identificação de um militar chamado Capitão Braga.

Miliciano da comunidade Três Pontes, em Paciência, Ecko assumiu o controle de comunidades da zona oeste e Baixada Fluminense após a morte de seu irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, o “Carlinhos Três Pontes” (veja no mapa abaixo os locais de atuação da quadrilha), e se tornou o miliciano mais procurado do estado, com prémios de até R$ 10 mil de recompensa por informações que levassem à sua captura.

Denúncias contra o criminoso

As ações violentas para domínio dos territórios e intimidação dos moradores renderam, desde 2014, 1.438 informes cadastrados no sobre a localização, ações criminosas e a rede de relacionamentos do miliciano. A primeira denúncia contra Ecko foi registrada em abril de 2014. Tratava-se de um relato anônimo revelando a participação do miliciano em um baile funk no Complexo da Pedreira, na zona norte, acompanhado de lideranças da facção criminosa ADA.

Em 2020, o Disque-Denúncia recebeu 422 ligações com informações sobre o criminoso. Já neste ano, do dia 1º de janeiro até a manhã deste sábado (12/6), foram recebidas 146 denúncias.

Ecko comandava um grande esquema de extorsões nas áreas onde atuava. Sua quadrilha controla, por exemplo, fornecimento de água, luz, gás, tv a cabo e internet aos moradores desses territórios. Além de cobrar taxas semanais em troca de suposta segurança, com valores mais altos para comerciantes, que pagam até utilizando carnês e boletos bancários.

Quem se recusa a pagar pelos “serviços” são alvos de espancamentos, torturas e acabam expulsos de suas casas ou estabelecimentos comerciais. Alguns sofrem punições temporárias, como a suspensão do direito de abrirem suas lojas.

Condomínios residenciais da zona oeste, principalmente os mais populares, como os construídos por meio do Programa Minha Casa Minha Vida, também são foco do controle dos milicianos, em especial os erguidos em Santa Cruz, Campo Grande, Paciência, Inhoaíba e Cosmos, entre outros bairros. Denúncias anônimas também apontam a atuação de Ecko na Baixada Fluminense, principalmente em Nova Iguaçu e em Queimados. Há relatos ainda de ações em Volta Redonda, Itaguaí, Seropédica e Itaboraí.

De pedreiro a bandido sanguinário

Antes servente de pedreiro, Wellington da Silva Braga herdou a chefia da milícia “Liga da Justiça”, que atua na zona oeste do Rio, do irmão Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, morto em um confronto, também com a Polícia Civil, em abril de 2017. Na extensa ficha criminal de Ecko, são atribuídos crimes como homicídio, extorsão e organização criminosa.

O miliciano, que nunca foi policial, transformou-se no homem mais procurado do país quando expandiu os negócios do irmão, inicialmente atuando nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz, Cosmos, Inhoaíba e Paciência, na zona oeste, levando a chamada “Liga da Justiça” ao seu auge em 2007, promovendo, para isso, assassinatos e controle econômico da região.

Atualmente, o nome do grupo faz referência ao líder: Bonde do Ecko, o bandido que herdou a missão de estreitar ainda mais os laços de milicianos e traficantes, avançando, primeiro, com integrantes da facção Amigos dos Amigos (ADA) e, em seguida, os ligados ao Terceiro Comando Puro (TCP).

As investigações contra o criminoso revelam ainda que Ecko era ligado ao também miliciano Adriano da Nóbrega, ex-PM, fundador do “Escritório do Crime”, grupo de matadores de aluguel. Adriano foi morto no ano passado na Bahia.

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