Polícia francesa é criticada por autorizar manifestação neonazista
Polícia e ministro foram criticados por autorizarem manifestação neonazista em meio a repressões de protestos contra o governo de Macron
atualizado
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A polícia de Paris e o ministro do Interior da França foram criticados, nesta segunda-feira (8/5), por terem autorizado uma manifestação neonazista nesse sábado (6/5). Cerca de 600 neonazistas vestidos de preto andaram pelas ruas de um bairro luxuoso da capital francesa.
No Twitter, o senador do Partido Socialista David Assouline cobrou explicações ao ministro do Interior, Gérald Darmanin.
“É inadmissível ter permitido que 500 neonazistas e fascistas desfilem no meio de Paris. Suas organizações, a exibição de sua ideologia, slogans e insígnias são tão insultantes para os mortos quanto incitam o ódio racial”, escreveu Assouline.
Monsieur @GDarmanin, c’est inadmissible d’avoir laissé 500 néo-nazis et fascistes parader au cœur de Paris hier. Leurs organisations, la manifestation de leur idéologie, slogans, insignes, sont autant d’insultes aux morts que de provocations à la haine raciale. Expliquez-vous ! https://t.co/HDmToo3NjU
— David Assouline (@dassouline) May 8, 2023
Os protestos ocorreram em meio às comemorações da vitória dos Aliados sobre a Alemanha nazista, em 1945, celebrada nesta segunda. Na véspera da data, os manifestantes de extrema-direita carregaram bandeiras em homenagem ao aniversário da morte do ativista de extrema-direita Sebastien Deyzieu.
Além disso, a autorização do protesto neonazista acontece em um momento que as autoridades francesas reprimem protestos contra o governo. A principal motivação das manifestações é a reforma da previdência no país, aprovada em abril, que aumentou a idade mínima de aposentadoria de 62 anos para 64.
“Panelas são aparentemente mais perigosas do que ruídos de botas militares”, ironizou o porta-voz do Partido Comunista, Ian Brossat.
Novas manifestações contra o governo foram proibidas na Avenida Champs-Élysées, onde o presidente da França, Emanuel Macron, participou de uma cerimônia, em 8 de maio, no memorial de guerra, no Arco do Triunfo. Além disso, Macron prestou homenagem ao herói da resistência francesa Jean Moulin em Lyon, onde protestos foram barrados pelas autoridades.