Polícia Federal deflagra operação de combate à prática de locaute
Ação, batizada de Unlocked Desbloqueado, cumpre três mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (31/5) a Operação Unlocked Desbloqueado, para reprimir a prática de locaute em rodovias do Rio Grande do Sul. Ilegal no Brasil, esse tipo de paralisação é promovida por empresários para atender aos seus interesses.
Segundo a PF, mais de 60 policiais federais cumpriram três mandados de busca e apreensão nos municípios de Vale Real e Caxias do Sul, e um de prisão temporária em um condomínio de luxo em Xangrilá. O crime, ainda de acordo com a PF, teria ocorrido nas rodovias RS-122, RS-452 e BR-116, na região dos municípios de Bom Princípio, Feliz e Vila Cristina, no Rio Grande do Sul.
“Nós identificamos que empresários da Serra estavam atuando mediante violência e ameaça para impedir a circulação de mercadorias. Um dos principais objetivos dessa quadrilha era provocar o desabastecimento de grãos nas granjas e também evitar a distribuição de proteína animal”, disse o Superintendente da PF no Rio Grande do Sul, Alexandre Isbarrola, em coletiva de imprensa.Segundo o superintendente, os motoristas eram obrigados a parar seus caminhões e aqueles que não o fizessem ficavam sob ameaça ou sofriam atos de violência nas estradas. A PF esclareceu que o crime de locaute ocorre quando o empresário priva a liberdade de trabalho de seus funcionários. Foram abertos alguns inquéritos a partir de denúncias sobre a existência desta prática durante o período em que caminhoneiros protestavam contra tributos e o reajuste nos preços do diesel.
A investigação apontou que o administrador de uma grande transportadora, cujo nome não foi revelado pela PF, estaria ameaçando caminhoneiros para que não realizassem o transporte de cargas, além de obrigar motoristas a desembarcarem dos seus caminhões e os abandonarem em postos de combustíveis.
Se comprovada essa prática, ele responderá pelos crimes de atentado contra a liberdade de trabalho e associação criminosa. A operação tem apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Brigada Militar.