Polícia Federal colhe primeiro depoimento no caso das joias sauditas
Depoimento desta quarta-feira foi de um membro da comitiva do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque
atualizado
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A Polícia Federal colheu nesta quarta-feira (8/3) o primeiro depoimento no caso das tentativas do governo Bolsonaro (PL) de entrar ilegalmente com joias da Arábia Saudita no Brasil, em 2021.
O depoimento desta quarta foi de um membro da comitiva do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Foi na mochila de um dos assessores de Albuquerque, Marcos André dos Santos Soeiro, que estavam os bens na chegada ao Brasil. Como o processo corre sob sigilo, não se sabe se foi o próprio Soeiro quem prestou o depoimento. As informações são da CNN.
Depois que a comitiva do então ministro Bento Albuquerque tentou entrar com os itens no Brasil sem declará-los, o estojo contendo as joias e uma escultura em formato de cavalo foram retidos pela Receita Federal.
Em diferentes ocasiões, o governo federal tentou reaver as joias – um colar, anel, relógio e um par brincos de diamantes da marca de luxo suíça Chopard – sem pagar a taxa e a multa necessárias, como de praxe para o Fisco.
Entenda
Como revelou o Estadão, o governo Bolsonaro tentou trazer ao Brasil, ilegalmente, diversas joias, avaliadas em mais de R$ 16 milhões. Os objetos seriam presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que visitou o país árabe em outubro de 2021, acompanhando a comitiva presidencial. Tratam-se de anel, colar, relógio e brincos de diamante.
O pacote de joias foi apreendido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia. No Brasil, a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal. Dessa forma, o agente do órgão reteve os diamantes.
O governo Bolsonaro teria tentado recuperar as joias acionando três ministérios: Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. Numa quarta movimentação para reaver os objetos, realizada a três dias de o então presidente deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar a Guarulhos.
O homem teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
Nesta quarta, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que incorporou ao seu acervo privado alguns dos presentes encaminhados pelo príncipe da Arábia Saudita em 2021, mas alegou que não há ilegalidade no caso do recebimento de joias milionárias trazidas da Arábia Saudita por integrantes de seu governo. A fala ocorreu em entrevista do ex-mandatário da República à CNN.