Polícia do RJ investiga quem escreveu e espalhou fake news de Marielle
As investigações da polícia começaram após um grupo de advogadas recolher diversas postagens nas redes sociais
atualizado
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A Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro instaurou inquérito para tentar identificar os autores e disseminadores de textos difamatórios contra a vereadora Marielle Franco (PSOL). Ela foi assassinada no último dia 14, quando saia de uma reunião com mulheres negras.
As investigações da polícia começaram nesta sexta-feira (23/3), após um grupo de advogadas recolher diversas postagens nas redes sociais das chamadas fake news e entregar à delegacia. Foram cerca de 17 mil publicações anexadas, todas contendo notícias falsas sobre Marielle.A polícia voltou a afirmar que, tanto quem criou quanto quem replicou os textos pode ser indiciado pelos crimes de calúnia, injúria ou difamação. A maior pena prevista para esse tipo de crime é de dois anos – no caso de calúnia.
Uma equipe de especialistas em rastrear a origem de postagens nas redes sociais começou a analisar o material já neste sábado (24). No fim da tarde, o Facebook retirou do ar a página Ceticismo Político, que espalhava notícias falsas sobre a vereadora Marielle Franco. “Nossos Padrões da Comunidade não permitem perfis falsos, e contamos com nossa comunidade para denunciar contas assim. Páginas administradas por perfis falsos também violam nossas políticas”, informou a assessoria do Facebook no Brasil.
Em mensagens publicadas em redes sociais e áudios enviados pelo aplicativo Whatsapp, internautas têm divulgado informações – sem nenhuma comprovação – de que Marielle teria ligação com o crime organizado e que sua morte estaria relacionada a esse envolvimento. A mentira foi reproduzida por uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) em uma postagem no Facebook. O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) foi outro que reproduziu fake news em uma de suas redes sociais.
O crime
Marielle foi morta em um ataque a tiros no centro do Rio de Janeiro. Nove cápsulas de arma de fogo foram recolhidas no local do crime. Três projéteis atingiram a cabeça da parlamentar e um, o pescoço – a suspeita de execução é investigada. O motorista Anderson Pedro Gomes, que dirigia o carro usado para transportar Marielle, também morreu baleado. Ele levou pelo menos três tiros nas costas. (Com informação de agências)