Polícia do RJ encontra bala que matou João Pedro, 14 anos, na sala de casa
Um confronto balístico será feito para descobrir se o disparo foi de autoria de um agente civil ou militar
atualizado
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou na noite desta quarta-feira (20/05) que encontrou a bala utilizada na morte de João Pedro, de 14 anos, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Um confronto balístico será realizado para descobrir a autoria dos disparos. As informações são do RJ2, da TV Globo.
Após a perícia, poderá ser confirmado se o disparo foi de um policial civil ou de um policial federal — ambos estavam na operação realizada na comunidade na última segunda-feira (18/05), que culminou na morte do jovem. Ainda de acordo com a equipe de investigação, o tiro entrou pela barriga e saiu pelo ombro do rapaz.
A família de João Pedro alega que os agentes entraram na casa deles e chegaram atirando. O paradeiro do adolescente era desconhecido até a manhã de terça (19/05), quando os parentes do garoto o localizaram no Instituto Médico Legal (IML) de São Gonçalo.
A operação realizada no Complexo do Salgueiro, segundo a PCRJ, visava cumprir dois mandados de busca e apreensão contra lideranças de uma facção criminosa. Após o tiro, João foi retirado do local por um helicóptero da polícia. O destino, contudo, não havia sido comunicado à família.
Baleado em casa
“A gente estava jogando sinuca e o helicóptero começou a voar em volta da casa. Aí eles começaram a dar tiro em direção do morro”, contou Daniel Blaz, um primo da vítima, em um áudio divulgado em seu perfil nas redes sociais sobre o caso.
Segundo o primo de João, os policiais foram avisados que só tinha criança na casa, mas mesmo assim invadiram a residência e jogaram granada contra a porta.
“Quem estava mais perto da porta era eu e o João. Aí ficou um zumbido. Aí eles deram muito tiros na janela, e a gente saiu correndo para o quarto. Nisso que a gente correu para o quarto, ficou João e Duda na copa, deitados”, completou.
“Os policiais entraram, mandaram a gente deitar no chão e todo mundo calar a boca”, detalhou. João ficou deitado. No áudio, o rapaz diz que não sabia se o menino estava morto. Mas, segundo ele, os policiais chegaram a medir o pulso do garoto para saber se estava vivo.