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Polícia do Rio investiga mais um suspeito por assassinato de Iggnácio

Seis foram denunciados à Justiça, entre os quais o bicheiro Rogério Andrade. Ele e Fernando Iggnácio disputam espólio de Castor de Andrade

atualizado

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Reprodução vídeo R7
Rogério Andrade
1 de 1 Rogério Andrade - Foto: Reprodução vídeo R7

Rio de Janeiro – Pelo menos mais um suspeito de envolvimento no assassinato do contraventor Fernando Iggnácio está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. Genro do então chefão do jogo do bicho no Rio, Castor de Andrade, que morreu no fim da década de 1990, Iggnácio (foto em destaque) foi executado no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, em novembro do ano passado.

Seis já foram denunciados pelo Ministério Público à 1ª Vara Criminal, entre eles Rogério de Andrade, sobrinho de Castor. Eles vão responder por homicídio qualificado. A juíza do caso, Viviane  Ramos de Faria, determinou ainda a quebra do sigilo de dois telefones apreendidos com o policial militar Rodrigo Silva Neves, preso em janeiro na Bahia.

A magistrada autorizou ainda a análise de duas contas de e-mail do PM reformado Márcio Araújo de Souza, que também está preso, segurança de Rogério, patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel. No celular de Araújo foi encontrada a imagem de um bilhete escrito à mão: “Pinheiro disse ao porteiro para não avisar aos seguranças que estiver (sic) na salinha de dia ou de noite quando o Rogério estiver descendo ao elevador” – para os investigadores, seria uma referência ao bicheiro.

“Só sabemos da denúncia do Ministério Público pela imprensa. Portanto, ainda não podemos nos pronunciar”, afirmou o advogado Luiz Felipe Alves Silva, que defende Neves. A defesa de Araújo ainda não foi localizada.

Foragidos no Paraguai

A polícia tem informações de que Ygor Rodrigues Santos da Cruz, o Farofa, e os PMs e irmãos Pedro e Otto D’Onofre Andrade Silva Cordeiro estão no Paraguai. Há suspeitas de que eles tenham fugido de carro, passando pela cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. De acordo com as investigações, Araújo, a pedido de Rogério, contratou os outros quatro acusados para matar Iggnácio.

No dia do crime, 10 de novembro do ano passado, eles chegaram quatro horas antes da execução, por volta das 13h30, para esperar Iggnácio, que chegaria com a mulher em um heliponto. Com roupas camufladas, escondidos em um terreno baldio, eles se posicionaram a quatro metros do veículo do bicheiro. Ao entrar no carro, Iggnácio foi fuzilado.

Há 23 anos, Rogério e  Iggnácio disputavam o controle da máfia do jogo do bicho na zona oeste do Rio. Em 2010, Diego, de 17 anos, filho de Rogério, morreu em um atentado à bomba ao carro do pai em plena Avenida das Américas, uma das mais movimentadas na Barra da Tijuca, também zona oeste da cidade.

Quatro acusados da morte de Iggnácio estão foragidos, entre eles, Rogério. “Chama atenção o fato de que o inquérito, que há uma semana estava concluído, sem qualquer indicação ao nome dele, retorna à delegacia para aditar o relatório e incluir o Rogério como um dos autores, sem qualquer fato novo, no prazo de 72 horas. Ele sequer teve direito de ser ouvido em meses de investigação. Estranhamente, a decisão de prisão foi baseada nas palavras do Ministério Público, sem qualquer elemento”, reclama João Maia, advogado de Rogério.

A polícia investiga ainda os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Procurado, o advogado de Ygor, Pedro e Otto, Flávio Augusto Campos Fernandes não retornou.

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