Polícia de SP apreende cadastro de todos os membros do PCC no país
Foram cumpridos 35 mandados de prisão. Gilberto Ferreira, responsável pelas informações dos criminosos, acabou detido
atualizado
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Uma operação da Polícia Civil de São Paulo cumpriu 35 mandados de prisão nesta quinta-feira (29/11) contra suspeitos de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e comandar o tráfico de drogas na zona leste da capital paulista. Entre os presos, está Gilberto Ferreira, o Beto, apontado como “pen drive geral” da organização criminosa: ou seja, ele era o responsável por guardar o cadastro de todos os membros da facção no Brasil. A informação é do Terra.
O “pen drive”, no PCC, é o equivalente a recursos humanos. Ao prender Beto, em São Miguel Paulista, os policiais do Departamento de Narcóticos (Denarc) encontram livros de anotações, além de arquivos virtuais, que, de acordo com a reportagem, seriam o “Livro Branco” e do “Livro Negro” do PCC. No primeiro, constariam nome, local, data de ingresso na facção e padrinhos de batismo (quem deu aval para entrada do novo integrante). Já no segundo, haveria a lista de criminosos em débito.
Para a polícia, o material ajudará no mapeamento da hierarquia funcional do PCC no país, identificando as lideranças em cada estado e o número exato de integrantes da facção.
O Terra registra ainda que, batizada de Linha Cruzada, a operação do Denarc teve 8 meses de investigação e nasceu da Operação Campos Elísios 1, de maio de 2017, que desmontou a “feira da droga” na região da Cracolândia. Na época, tijolos de crack eram vendidos a céu aberto em barracas loteadas pelo PCC.
Segundo as investigações, Beto recebia salário para ser “pen drive” do PCC, mas também estava autorizado a traficar, sendo um dos responsáveis por abastecer a região da Cracolândia desde que a feira da droga foi desmontada, em maio de 2017.