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Veja o que disseram os seis indiciados pela morte de João Alberto

Polícia Civil concluiu o inquérito nesta sexta-feira (11/12). Seis pessoas foram indiciadas por homicídio triplamente qualificado

atualizado

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cliente agredido e morto por seguranças do supermercado Carrefour
1 de 1 cliente agredido e morto por seguranças do supermercado Carrefour - Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) indiciou, nesta sexta-feira (11/12), seis pessoas pela morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos assassinado no último dia 19 de novembro em frente a uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre (RS).

São eles: Adriana Alves Dutra (fiscal do Carrefour); Paulo Francisco da Silva (funcionário da Vector); Rafael Rezende (funcionário do Carrefour); Kleiton Silva Santos (funcionário do Carrefour); Giovane Gaspar da Silva (ex-PM temporário); e Magno Braz Borges (segurança).

Todas as seis pessoas foram indiciadas por homicídio triplamente qualificado. Três delas, incluindo os dois seguranças e uma funcionária do estabelecimento, já estão presas. A corporação apresentou a conclusão do inquérito na manhã desta sexta-feira.

Giovane Gaspar da Silva, ex-policial militar temporário, disse que começou a trabalhar na segurança do supermercado em 19 de novembro, dia em que ocorreu o homicídio. Ele contou que, já do lado de fora do estabelecimento, tentou imobilizar João Alberto.

“Explicou que Magno passou a ajudá-lo na tentativa de contenção, visto que a vítima era muito forte e aparentava estar sob o efeito de drogas. Confirmou que ambos agiram no intuito de derrubá-la no chão, já que assim ficaria mais fácil de imobilizá-la”, diz o relatório.

“Descreveu que, enquanto tentava imobilizar a vítima, por vezes escutou a voz de Adriana, que disse “para, para”, mas que não soube interpretar para quem se tratava a ordem”, prosseguiu o ex-PM, em depoimento.

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Ele foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre
Um vídeo mostra as agressões
Ele morreu ainda no local
João Alberto
Cenas do espancamento de João Beto
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João Beto caído no chão após as agressões

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Ele foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre

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Um vídeo mostra as agressões

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Ele morreu ainda no local

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João Alberto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Um desentendimento com funcionários do Carrefour teria motivado as agressões sofridas por João Alberto. Dois seguranças foram presos em flagrante

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A vítima foi atacada com vários socos e golpes, registrados em vídeos por pessoas que assistiam à cena de terror

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Cenas do espancamento de João Beto

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João Alberto foi morto no dia 19/11, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, ao ser espancado por dois seguranças de uma das filiais da rede Carrefour

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Dezenas de pessoas – entre amigos, familiares e militantes de movimentos negros – acompanharam o velório e o sepultamento de João Alberto Silveira Freitas

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Ele foi enterrado na manhã de 21/11, no Cemitério Municipal São João, zona norte de Porto Alegre

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Por sua vez, o segurança Magno Braz Borges usou do direito constitucional ao silêncio e nada declarou aos investigadores.

Adriana Alves Dutra é a fiscal do Carrefour de camisa branca que aparece ao lado dos seguranças que assassinaram João Alberto. No depoimento, ela disse ter sido chamada após o cliente supostamente ter agredido fisica e verbalmente uma funcionária do supermercado.

“Declarou ter acionado SAMU ao constatar que a vítima sangrara e, depois, desmaiara. Apontou que, enquanto era contida, a vítima proferia xingamentos, não tendo ouvido a mesma pedir ajuda. Frisou ter solicitado, várias vezes, a Magno e ao policial que largassem a vítima”, aponta o relatório.

Já Paulo Francisco da Silva, funcionário da Vector, aparece em vídeos gravados por testemunhas enquanto João Alberto estaria sendo asfixiado pelos seguranças. “Não faz cena, a gente te avisou da outra vez”, disse o funcionário ao cliente.

Ele narrou à Polícia Civil que, no dia dos fatos, estava no segundo piso quando, por volta das 20h30, escutou pela central o código “mike19”, que significa sujeito masculino causando desordem. Em um primeiro momento, acompanhou tudo pelo rádio.

Em seguida, ao se reconhecer em um vídeo onde ele diz para a vítima não fazer cena, Paulo afirmou que alguns dias antes do fato, João Alberto teria estado no supermercado bastante alterado e que, inclusive, andou de pés descalços pelo interior da loja.

“Além disso, ele [João Alberto] fazia gestos com as mãos, como se denotasse estar com uma arma de fogo e também se aproximava das pessoas, forçando um abraço”, completou o funcionário.

Rafael Rezende, funcionário do mercado, alegou que chegou ao estacionamento quando os seguranças já estavam em cima da vítima. Ele alegou ter falado à Adriana que ela não deveria conduzir a situação daquela maneira.

“Relatou que Adriana dizia a Magno e Giovane ‘só imobiliza, só imobiliza’. Referiu que a vítima dizia ‘me larga, me larga’, mas o declarante não percebeu que o homem estivesse sufocado. Afirmou que ninguém tentou ajudar a vítima e que os populares que estavam no local se preocupavam apenas em filmar”, pontua o inquérito.

Por fim, Kleiton Silva Santos, funcionário do mercado, disse que, diante da confusão, desceu as esteiras e, próximo à saída do estacionamento, visualizou João Alberto no chão e os seguranças Giovane e Magno tentando “imobilizá-lo”.

O funcionário citou que havia muito sangue no chão e que, na hora, “pensou” em auxiliar os seguranças, uma vez que eles não estavam conseguindo “imobilizar” a vítima.

“Mencionou que, frente à dificuldade em imobilizar a vítima, afirma ter dado um chute no braço desta para tentar colocá-lo para trás, mas, mesmo assim, não foi possível atingir o intuito. […] Referiu não lembrar o que João Alberto gritava, porém afirmou que a vítima se mexia muito, tinha bastante força e se recusava a ser imobilizada”, prosseguiu.

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