Preso admite ter hackeado celular de Moro, Deltan, juízes e delegados
Walter Delgatti Neto, conhecido como Vermelho, foi detido nessa terça-feira (23/07/2019) em decorrência da Operação Spoofing
atualizado
Compartilhar notícia
Em depoimento à Polícia Federal (PF), Walter Delgatti Neto, conhecido como Vermelho, confessou ser o responsável pela invasão dos celulares do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, do coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, de procuradores, juízes e delegados da PF. Ele e outros três suspeitos foram presos nessa terça-feira (23/07/2019), em São Paulo, em decorrência da Operação Spoofing, e trazidos a Brasília para serem ouvidos.
Além de Delgatti, foram presos o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques. O advogado do casal informou, no entanto, que a mulher não sabia da invasão dos aparelhos e que Elias Santos teve acesso às conversas obtidas por Delgatti, mas não acreditou que pudessem ser verdadeiras. Ele teria visto os diálogos no aparelho telefônico do amigo.
A Polícia Federal quer saber agora se há possíveis patrocinadores do grupo preso sob suspeita de hackear os celulares. Ao decretar a prisão temporária dos quatro investigados, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, apontou para a incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de Gustavo e Suelen. Em dois momentos, entre abril e junho de 2018 e entre março e maio de 2019, o casal movimentou R$ 627 mil. A renda renda mensal deles é de R$ 5.058. A PF também encontrou R$ 100 mil na casa dos dois, em São Paulo.
Operação
Nessa terça-feira (23/07/2019), a Polícia Federal (PF) prendeu quatro pessoas suspeitas de hackearem os aparelhos de Sergio Moro, juízes e delegados. Esses seriam os celulares que teriam dado origem à publicação de conversas demonstrando possível interferência do ex-juiz na Operação Lava Jato.
A operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão e ocorreu no estado de São Paulo, mas os presos foram trazidos a Brasília para interrogatório.
De acordo com Moro, seu celular foi invadido no dia 4 de junho por um hacker, que teria acessado o aplicativo Telegram do aparelho e trocado várias mensagens com os contatos do ex-juiz da Lava Jato. O ministro disse que pediu o cancelamento da linha e a troca de telefone.