Três suspeitos de hackear Moro vão prestar depoimento; DJ foi ouvido
Após deflagar a Operação Spoofing nessa terça-feira, a Polícia Federal prendeu, ao todo, quatro pessoas
atualizado
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Três suspeitos de hackearem os celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de procuradores da força-tarefa da Lava Jato, entre eles Deltan Dallagnol, vão prestar depoimento nesta quarta-feira (24/07/2019), segundo apuração do Metrópoles. Na noite dessa terça (23/07/2019), outro investigado, o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, 28 anos, foi ouvido pela Polícia Federal durante algumas horas.
Ao todo, foram presos três homens e uma mulher. Além de Gustavo, conhecido como Guto Dubra, a PF deteve a mulher dele, Suelen Priscila de Oliveira. A Polícia Federal prendeu ainda Walter Delgatti Neto, 30, que responde a processos de estelionato e já foi filiado ao DEM. O advogado do casal está sendo aguardado para acompanhar o depoimento.
O material apreendido em São Paulo vai chegar a Brasília nesta quarta para análise. Entre os itens estão computadores, celulares e grande quantia em dinheiro.
Os mandados de prisão ocorreram no início da noite dessa terça-feira, nas cidades paulistas de Araraquara, Ribeirão Preto e São Paulo. Os alvos foram imediatamente transferidos para Brasília, sede da Polícia Federal. A ação, batizada de Operação Spoofing, foi determinada pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira. Depois das oitivas os presos serão apresentados à Justiça, que decidirá sobre a manutenção ou não da prisão.
Entenda
Segundo a PF, os ataques a celulares de autoridades ligadas à Operação Lava Jato começaram pelo telefone do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em abril deste ano. A partir do aplicativo Telegram do aparelho dele, o invasor teria chegado aos grupos de conversa com procuradores. Assim, o hacker conseguiu os contatos dos integrantes da força-tarefa.
Depois, membros da Lava Jato no Paraná, Rio de Janeiro e em São Paulo supostamente tiveram os smartphones invadidos. Todos os telefones de procuradores do Paraná teriam tido o aplicativo acessado, mas ainda não se sabe quais conversas foram copiadas.
Sergio Moro informou que teve o seu celular invadido no dia 4 de junho por um hacker que teria acessado o aplicativo Telegram e enviado várias mensagens com os contatos do ex-magistrado da Lava Jato. À época, o ministro disse que pediu o cancelamento da linha e a troca de telefone.
O site The Intercept Brasil e jornais parceiros têm divulgado trechos de diálogos entre procuradores no Telegram. Segundo especialistas, o teor das conversas supostamente compromete a imparcialidade do então juiz da Lava Jato.