Três pessoas acusadas de negociar venda de bebê são presas no RS
As investigações tiveram início em 2015, quando uma mulher recorreu a um advogado e descobriu ser vítima do crime
atualizado
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Uma tentativa de venda de um bebê por R$ 100 mil acabou em prisão nesta quarta-feira (4/10). Um casal negociava a venda da criança com uma mulher, interessada em participar do negócio quando os três foram encaminhados à delegacia, em Novo Hamburgo, região do Vale dos Sinos e no balneário Pinhal, litoral norte gaúcho. A polícia suspeita que o grupo tenha tentado comprar outros três bebês.
O casal não possuía antecedentes criminais, residindo em Canoas, em Porto Alegre. O bebê negociado é filho de uma jovem de 19 anos, que mora na cidade onde a prisão foi administrada. Segundo a delegada Ana Tarouco, da delegacia de Santana do Livramento, “ela sabia o que estava acontecendo e participava do esquema”.
Tarouco afirma que a vítima conheceu a mulher que dirigia a venda da criança em uma rede social. A intermediária, que garantiu ser assistente social, disse à outra que muitas mães não tinham condições de criar um neném, por isso, colocavam na adoção. “Isto atraiu a vítima, que desejava ser mãe e não pode ter filhos”, completa Tarouco ao UOL.
A mulher, no entanto, começou a desconfiar da proposta, acreditando, então, que a outra tentava facilitar uma venda, e não uma adoção. A ela foi apresentado, ainda, um documento falso da criança, no qual dizia que o pai dela era o homem participante do crime. Ao recorrer à polícia, a vítima passou a colaborar com a investigação e não responderá por nenhum crime.
Os bandidos foram pegos tentando fugir nesta quarta, e o bebê, nascido durante a investigação, foi levado para o Conselho Tutelar após a prisão da mãe. Ela pode perder a guarda dele.
A polícia não descarta a possibilidade de os criminosos terem tentado vender mais três crianças. A advogada diz que, pelo modo como a intermediária do crime conversava com a vítima, “nota-se que a mesma tinha conhecimento do assunto. Inclusive em um dos diálogos ela afirma que tinha um calendário com as datas previstas dos nascimentos dos bebês para adoção”.
Os suspeitos respondem pelos crimes de estelionato (embora a delegada conteste, pois o grupo realmente teria a intenção de entregar o menino em troca de dinheiro), associação criminosa e pela troca do bebê por dinheiro.