TJ manda soltar, mas PM acusado de matar turista espanhola segue preso
Justiça decide que militar preso em flagrante poderá responder processo em liberdade. Contudo, ele permanece detido por crime militar
atualizado
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A Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta terça-feira (24/10), a soltura do tenente da Polícia Militar David dos Santos Ribeiro, acusado de ter feito o disparo que matou a turista espanhola Maria Esperanza Jiménez Ruiz, na comunidade da Rocinha (RJ). A decisão foi proferida durante audiência de custódia realizada no Tribunal de Justiça da cidade. Detido desde segunda (23), dia da tragédia, o militar ainda não ganhou liberdade, uma vez que também responde por crime militar – disparo de arma de fogo. Além disso, o delegado titular da Divisão de Homicídios, Fabio Cardoso, pediu a conversão da prisão temporária do militar em preventiva.
O magistrado Juarez Costa de Andrade elogiou a ficha funcional do PM e autorizou a soltura. Ribeiro responderá em liberdade por homicídio doloso qualificado, quando há intenção ou o autor assume o risco de matar, e dificultação de defesa da vítima. O afastamento do policiamento ostensivo do tenente foi determinado, visto que ele está psicologicamente abalado, e apenas funções administrativas poderão ser exercidas.O oficial também está proibido de manter contato com as testemunhas, inclusive com policiais que participavam da operação na Rocinha. “Se, de um lado, o trágico acontecimento repercutiu nesta capital (Rio de Janeiro) e no mundo, fato é que o custodiado (David) estava trabalhando, possui imaculada ficha funcional, não havendo indícios de que solto possa reiterar o comportamento criminoso ocorrido à luz do dia”, afirmou o juiz na decisão.
O Ministério Público divulgou que recorrerá da decisão do juiz Costa de Andrade.
Crimes militares
Apesar da soltura ter sido judicialmente determinada, David Ribeiro permanece preso pelo crime militar de disparo de fogo. O outro policial, soldado Luís Noronha Rangel deu um tiro para o alto e também continua detido. As investigações seguem, já que ainda há contradições nas versões apresentadas por testemunhas que estavam dentro do carro ou na rua. (Com informações para Agência Estado)