Terapeuta é preso por drogar mulheres com ayahuasca e estuprá-las
Suspeito se aproximava das vítimas durante sessões em grupo, quando oferecia terapia individual, afirmando que era o que a pessoa precisava
atualizado
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Em Blumenau (SC), foi preso, nessa quinta-feira (05/03), pela Polícia Civil de Santa Catarina, um terapeuta que trabalhava em um centro espiritual e é suspeito de abusar sexualmente de mulheres durante suas sessões. As investigações mostram que ele dopava suas pacientes com chá de ayahuasca, substância alucinógena utilizada no Santo Daime, antes de cometer os crimes. As informações são do portal iG.
Os primeiros casos foram repassados à polícia em janeiro pelo Instituto Feminista Nísia Floresta, que recolheu relatos das pacientes dopadas com ayahuasca e abusadas. Três mulheres realizaram boletim de ocorrência, mas a suspeita é que haja, ao menos, 15 vítimas em Blumenau, onde ele mantém o centro há três anos, conta o delegado Davi Sarraff.
Há chances, porém, de que haja vítimas em outras cidades, já que o terapeuta também trabalhou em Balneário Camboriú, Camboriú, Chapecó e Florianópolis, em Santa Catarina, e em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Ele se aproximava das vítimas durante sessões em grupo, quando oferecia terapia individual, afirmando que era o que a pessoa precisava. “Ele dizia que essa pessoa estava com problemas de energia”, contou o delegado. A sessão ocorria em um quarto.
A prática
“A pessoa perdia o discernimento e a consciência sobre o próprio corpo”, explica Sarraff sobre o uso de ayahuasca. “Nisso, ele praticava os atos libidinosos, indo desde beijo e carícia nos genitais até conjunção carnal [penetração].”
No final da sessão, ele pedia para que as pacientes não contassem sobre o que havia ocorrido. Isso, segundo a polícia, pode ter dificultado a realização de denúncias .
Em depoimento, o terapeuta confirmou alguns dos atos de que foi acusado. Mas afirma que foram consentidos. “Ele ainda disse que, em alguns casos, a vítima estava com a consciência alterada [pelo uso de ayahuasca], mas ao mesmo tempo não reconhecia que essa consciência alterada necessariamente significava que a pessoa não consentia”, informou o delegado.