Senado Federal aprova programa de prevenção ao suicídio de policiais

O Senado Federal aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (6/4), a ampliação das políticas de atenção à saúde mental do Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profissionais de Segurança Pública (Pró-Vida). O texto prevê atendimentos psicológicos aos profissionais da categoria como medida de prevenção ao suicídio.

A proposta pede, ainda, que se publiquem dados anuais sobre os casos na categoria. Aprovado no Senado, o projeto de lei vai à Câmara dos Deputados. 

Na matéria, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) defende que a prevenção de transtornos mentais entre agentes de segurança entre “urgentemente na agenda de políticas públicas do setor”.

Vieira afirma que os casos de autoextermínio nas corporações “comprometem não somente o desempenho dos profissionais, mas também a proteção dos cidadãos”.

Dados

O autor da proposta argumenta que pesquisas brasileiras e estrangeiras têm demonstrado que o risco de suicídio entre policiais é “significativamente superior ao da população em geral”. “Cerca de duas vezes maior”, enfatiza no texto.

“A exposição contínua à violência pode tornar o indivíduo mais vulnerável às doenças psíquicas, à dependência química e às afecções psicossomáticas”, alega o parlamentar.

Números recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que 91 policiais, sendo 65 militares e 26 civis, cometeram suicídio em 2019. Os dados foram divulgados em relatório anual publicado e outubro do ano passado.

Wesley Soares Góes

Recentemente, a morte de um policial militar em surto, na Bahia, reacendeu o debate sobre a saúde mental dos agentes de segurança pública. Em 28 de março, Wesley Soares Góes morreu em confronto com colegas de farda, após disparar em direção aos policiais.

Wesley invadiu, armado, o gramado em frente ao Farol da Barra, em Salvador, e efetuou pelo menos uma dezena de tiros para o alto e contra os companheiros de trabalho.