PSDB: Leite nega querer adiar prévias e diz que Doria é autoritário
Em uma reunião entre a cúpula do partido e as empresas de tecnologia, tucanos devem decidir como será concluída a votação
atualizado
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O clima continua pesadíssimo no ninho tucano, enquanto a direção do PSDB tenta fazer, na tarde desta segunda-feira (22/11), um diagnóstico do que ocorreu no domingo (21/11) com o adiamento das prévias, o processo de votação para a escolha do candidato do partido à Presidência da República em 2022.
Ao chegar à sede do partido nesta segunda, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, negou a informação passada por aliados de João Doria, governador de São Paulo, de que ele quer o adiamento das prévias para 2022.
“Não é verdade que queiramos adiar esse processo para 2022 como estão querendo fazer crer nossos adversários”, disse o gaúcho. “É uma sucessão de mentiras que estão sendo colocadas como se nós quiséssemos tumultuar esse processo”, declarou.
“Eles que querem adiamento até domingo. Nós queremos que rapidamente se resolva do ponto de vista técnico e imediatamente se reabra o processo de votação”, afirmou Leite.
O gaúcho não poupou críticas a Doria, a quem acusou de tratar o partido com autoritarismo. “Não há nenhuma denúncia de tentativa de compra de votos do nosso lado. Não há nenhuma denúncia de tentativa de pressão política. Não há nenhuma denúncia de que nós tenhamos exonerado, demitido pessoas porque não nos apoiaram. Do outro lado, nós vemos isso. Nós vemos, sim, compra de votos. Estamos vendo denúncias de pressões indevidas, suspensão de filiações”, acusou Leite.
Leite reclamou ainda de falas de Doria no sentido de extirpar pessoas contrárias à sua candidatura da legenda e acusou o paulista de agir de forma autoritária.
“Pela manifestação que eu vi do nosso adversário, o governador João Dória, que fala até em expurgar pessoas partido, em depurar o partido, é um tipo de conduta que busca comandar, fazer aquilo que interessa para ele. Aos que não estiverem alinhados, que deixem e que saiam da frente do seu caminho”, criticou.
“Não é o nosso tipo de conduta. Nós sentamos, dialogamos, buscamos buscamos conquistar com base nos argumentos”, destacou.
Aliado de Leite, o senador Tasso Jereissati (CE), também lamentou a postura do governador de São Paulo. “Evidentemente que nós não gostaríamos que chegassem a esse ponto. Mas infelizmente aconteceram algumas declarações, alguns ataques absolutamente injustificáveis. Nós ficamos muito tristes, decepcionados, mas são pontuais. Com certeza não representam uma parte significativa ou relevante do partido”, disse Tasso.
Direção procura solução
A direção da legenda, além de representantes das candidaturas nas prévias do partido, deu início a uma reunião, na tarde desta segunda-feira (22/11), para decidir qual será a solução para dar continuidade às prévias, suspensas após falha no aplicativo de votação.
O partido escolhe entre Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, João Doria, governador de São Paulo, e Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus (AM). Doria e Virgílio querem que a votação seja retomada no próximo domingo (28/11). Leite propôs o encerramento até, no máximo, nesta terça-feira (23/11).
Ao fim da noite deste domingo (21/11), o trio concordou com a porposta de a votação apenas ser retomada quando houver total segurança no aplicativo, respeitando a data limite do próximo domingo (28/11).
Além do presidente da legenda, Bruno Araújo (PE), cúpula do partido e representantes dos candidatos, a reunião ocorre com a presença da equipe técnica das empresas de tecnologia contratadas para fazer as eleições por meio de um aplicativo, que apresentou falhas no dia da votação. Também estão presentes técnicos das três empresas de auditoria contratadas.
Não haverá anulação
De acordo com integrantes do partido, não há hipótese de que o processo eleitoral seja anulado. Isso porque a parte dos votos que foi computada por meio de urna eletrônica no domingo já foi concluída e os boletins se encontram guardados em um cofre na sede do partido em Brasília. Estima-se que, das 900 pessoas que votariam por meio da urna, cerca de 650 tenham registrado seus votos.
A discussão, no momento, se dá no sentido de encontrar uma solução para continuidade do processo de votação. Doria retornou a São Paulo nesta segunda e aguarda a decisão do partido.
