Polícia prende líder de seita suspeito de estuprar crianças em ritual
A avó das vítimas também foi presa. Ela teria oferecido as três netas como sacrifício em troca da promessa de enriquecimento
atualizado
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A Polícia Civil de Goiás prendeu preventivamente um casal suspeito de estuprar crianças e adolescentes em ritual de magia negra no município de Caiapônia (GO). A ação ocorreu na última sexta-feira (4/1) e foi batizada de Operação Anjo da Guarda 2.
De acordo com as investigações, Nilson Alves de Sousa, 43 anos, era líder da seita e recebia diversas pessoas que se submetiam a rituais na tentativa de resolver conflitos familiares, financeiros, amorosos e, até mesmo, de ordem política. O homem também prometia a cura de doenças.
Umas das seguidoras da seita, N.C.J.S., 49, teria ofertado três netas a Nilson – duas crianças de sete e 10 anos e uma adolescente de 13 – para serem abusadas sexualmente como sacrifício à entidade que incorporaria no líder no momento dos rituais. Ela teria recebido a promessa de enriquecimento. A denúncia foi feita pela mãe das crianças, que desconfiou do comportamento das filhas e da insistência da avó ao querer ficar com as meninas.
À polícia, os acusados confessaram os crimes e deram detalhes dos abusos. O líder, no entanto, ponderou que quem cometia os estupros era uma entidade que ele incorporava. O homem chegou a agradecer os policiais pela prisão pois, segundo ele, a entidade poderia ter feito algo pior.
A avó das crianças é casada, mas há indícios de que ela e Nilson tenham uma relação amorosa. Durante a operação, os agentes também apreenderam provas dos crimes, como material pornográfico, diários e anotações relatando os detalhes dos estupros, além de símbolos religiosos, celulares e roupas usadas nos rituais.
A Polícia Civil afirmou que vai analisar o material e investigar se há mais vítimas, e se os frequentadores da seita também participavam do crime.
Vídeo
O companheiro da avó também é seguidor da seita e aparece em uma gravação divulgada após as prisões. No vídeo, ele confessa o crime. No entanto, a polícia acredita que o material tenha sido produzido dias antes da operação a mando de Nilson. O delegado do caso, Marlon Luz, aponta que a intenção era confundir a opinião pública.
Segundo o delegado, além das provas colhidas apontarem a autoria para os presos, o teor da confissão em vídeo demonstra a total incongruência com as declarações das vítimas, que inclusive estavam sendo ameaçadas e coagidas a não revelarem os autores.
Ainda de acordo com o policial, é possível perceber que o marido da mulher foi orientado na gravação quanto ao que deveria falar, além de demonstrar total insegurança e incômodo com a suposta confissão. Em depoimento formal à Polícia Civil, o homem confessou que foi convencido por Nilson a gravar o vídeo.