Polícia Federal instaura inquérito para apurar incêndio em hospital do Rio
Corporação afirmou que deslocou uma equipe de agentes para o local e que já realiza a perícia criminal na unidade pública de saúde
atualizado
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A Polícia Federal informou, nesta terça-feira (27/10), ter instaurado inquérito para investigar as causas do incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), no Rio de Janeiro.
Em nota, a corporação afirmou que deslocou uma equipe de agentes para o local e que já realiza a perícia criminal na unidade pública de saúde. A PF não informou quando sairá o resultado das investigações.
O HFB não possui certificação do Corpo de Bombeiros. Além disso, vistoria realizada no ano passado identificou falhas graves no sistema de prevenção e combate a chamas.
Uma mulher de 42 anos morreu ao ser transferida durante o incêndio que atingiu a unidade de saúde, localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro. A vítima estava internada em estado gravíssimo no setor para tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Poucas horas depois, foi confirmado um segundo óbito: trata-se de uma idosa de 83 anos. A vítima também estava internada após contrair Covid-19.
“O hospital sofreu duas notificações. Depois, o procedimento e dois autos de infração. E agora passa por processo de interdição. Estamos trabalhando em conjunto para que esse processo não seja finalizado”, disse o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro.
O jornal O Globo revelou que, em abril do ano passado, vistoria realizada no HFB apontou falhas gravíssimas no sistema de prevenção e combate a incêndio e “alto risco de explosão” e de inoperância total do sistema elétrico, ameaçando a vida dos operadores.
De acordo com o jornal, o alerta foi dado por técnicos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) após a equipe identificar superaquecimento em dois transformadores da subestação principal do hospital, que chegou a atingir 148,6 °C.
Reunião
Monteiro, que assumiu o comando-geral da operação há um mês, disse que procurou marcar uma reunião geral com o Ministério da Saúde, que administra o HFB, e secretários estaduais para interditar a unidade, mas considerou ser praticamente impossível por causa da Covid-19.
“A determinação minha foi para que o diretor-geral de serviços técnicos entrasse em contato com os hospitais e fizesse essa grande reunião. Então, nós já estamos fazendo isso. E não é só o Hospital de Bonsucesso que tem problemas, outros hospitais também”, frisou.
Ao Metrópoles, o Ministério da Saúde informou que lamenta profundamente a perda de vidas durante a transferência do HFB. “A pasta acompanha o trabalho das equipes de resgate para garantir a segurança dos pacientes e profissionais que estavam presentes no local”, assinalou.
O que diz o Ministério da Saúde?
Em nota, o Ministério da Saúde lamentou a morte dos pacientes do hospital. Segundo a pasta, “a prioridade total neste momento é zelar pela vida das pessoas e controlar a situação”.
“A pasta acompanha de perto o trabalho das equipes do Corpo de Bombeiros para sanar o incêndio e garantir a segurança dos profissionais de saúde que atuam no atendimento às vítimas, seus familiares e aos moradores próximos à região”, acrescentou.
A Saúde disse desconhecer as causas do incêndio e que a unidade de saúde “já tinha um diagnóstico prévio sobre a situação estrutural do complexo hospitalar, inclusive de toda a rede elétrica”.
“É importante ressaltar que a pasta tomará as devidas providências para garantir a segurança de todos os funcionários e pacientes. Não serão medidos esforços para apoiar o Hospital e retomar as atividades o mais breve possível”, finalizou.