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Polícia faz reconstituição da morte de Isabele. Veja como funciona

A adolescente foi morta no dia 12 de junho, baleada na cabeça. A autora do disparo afirmou que o tiro foi acidental

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Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu ao ser atingida por tiro na cabeça em condomínio
1 de 1 Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu ao ser atingida por tiro na cabeça em condomínio - Foto: reprodução

O caso da menina de 14 anos morta após ser baleada na cabeça pela amiga, em Cuiabá, terá um novo processo pericial para reconstituir a cena do crime, nesta terça-feira (18/8). Apesar de a análise ser feita pela Polícia Civil de Mato Grosso, a etapa é similar à realizada pela perícia criminal da Polícia Federal (PF).

Popularmente conhecida como “reconstituição do caso”, a reprodução simulada descreve as cenas no ambiente do crime por meio da análise prévia dos vestígios da ação e dos depoimentos. Para manter a fidelidade dos fatos, as condições devem estar o mais próximo possível da realidade, o que pode incluir a contratação de atores profissionais para representar os envolvidos. Na maioria dos casos, os próprios policiais ou voluntários fazem as encenações.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, a reprodução simulada é o único procedimento da perícia criminal que também leva em conta os elementos subjetivos, como os depoimentos.

“O exame tenta imitar as condições em que o fato ocorreu, mesmo que não seja possível atingir a perfeição. Por isso que, para o sucesso do procedimento, é necessário usar as versões das próprias pessoas envolvidas no delito [vítimas, acusados e testemunhas] para descrever como sentiram ou viram o desenrolar dos fatos”, explicou.

Os peritos buscam se basear nos depoimentos colhidos pelos investigadores e adicionar os detalhes na reprodução do crime. Por exemplo, no caso da morte da Isabele, o médico que a atendeu após ser baleada contou à polícia que o pai da amiga suspeita estava procurando pela arma usada no crime. “Algo muito estranho aconteceu aqui. A Isabele está morta por um tiro no crânio e não há arma no local do crime”, comentou, durante oitiva.

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Exame de reconstituição de cena por peritos da Polícia Federal (PF)
Exame de reconstituição de cena por peritos da Polícia Federal (PF)
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Exame de reconstituição de cena por peritos da Polícia Federal (PF)

Divulgação/APCF
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Laudo Pericial

A reprodução simulada também poderá determinar a distância entre as pessoas e a arma. O laudo mostrou que, no caso de Isabele, o disparo foi feito a uma distância entre 20 cm e 30 cm da vítima, com a arma a 1,44 cm do piso. É possível concluir que a pessoa que atirou estava de frente para a garota, dentro do banheiro, segundo os peritos. A autora dos disparos, no entanto, alegou ter feito o disparo acidentalmente e de fora do banheiro.

Relembre o caso

Isabele morreu no dia 12 de junho, em um condomínio de luxo em Cuiabá. A autora e amiga da vítima afirmou que a arma disparou acidentalmente. Após o crime, a polícia verificou que ela estava ilegalmente sob posse do pai da suspeita.

A família alegou que o pai da amiga que disparou havia pedido para a filha levar a arma para o andar de cima. Ela teria então pegado a maleta, mas uma das armas caiu.

A autora negou que brincava com a arma no momento do disparo. A família da adolescente é praticante de tiro esportivo há pelo menos três anos.

 

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