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Caso Marielle: bando especializado em clonar carros é alvo de operação

Polícia faz buscas na capital fluminense e nas cidades de Nova Iguaçu, Angra dos Reis e Petrópolis. Também há equipes em Juiz de Fora (MG)

atualizado

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Renan Olaz/CMRJ
Marielle Franco, vereadora do PSol morta a tiros em 14 de março de 2018
1 de 1 Marielle Franco, vereadora do PSol morta a tiros em 14 de março de 2018 - Foto: Renan Olaz/CMRJ

Policiais da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro estão nas ruas, desde o início da manhã desta quinta-feira (13/12), tentando cumprir 15 mandados de prisão e de busca e apreensão relacionados à morte da vereadora Marielle Franco (PSol) e de seu motorista, Anderson Gomes. A suspeita é de que milicianos estejam por trás do duplo homicídio, o qual completa nove meses nesta sexta-feira (14). Um dos principais alvos da ofensiva seria uma quadrilha especializada em clonagem de veículos: para os investigadores, o Cobalt prata usado pelos assassinos para interceptar o carro das vítimas foi clonado pelo bando.

As buscas acontecem em 15 endereços, alguns na capital fluminense e outros nas cidades de Nova Iguaçu, Angra dos Reis e Petrópolis. Também há equipes na mineira Juiz de Fora. No meio da tarde, a polícia divulgou nota informando que os mandados são referentes a inquéritos policiais instaurados na Delegacia de Homicídio e “que transcorrem de forma paralela às investigações do caso Marielle e Anderson”. De acordo com a nota, “a medida é uma ferramenta voltada à inviolabilidade e ao sigilo das informações coletadas no bojo do inquérito policial principal”.

Conforme informou o jornal O Globo, os mandados de prisão contra a quadrilha de clonagem de carros foram expedidos pela Justiça num inquérito específico. No entanto, o delegado Giniton Lages, que coordena as investigações do caso Marielle, confirmou a ligação da ofensiva com o duplo homicídio.

Segundo fonte policial ouvida pela reportagem, o objetivo das prisões em andamento seria exatamente atingir os integrantes do bando de falsificação de placas veiculares para chegar aos responsáveis pelos assassinatos, que seriam integrantes do chamado Escritório do Crime: grupo de matadores de aluguel formado principalmente por ex-integrantes da Polícia Militar expulsos da corporação.

Uma das cidades onde a polícia foi às ruas é Nova Iguaçu (RJ), justamente onde um Cobalt semelhante ao usado no crime teve os dados clonados numa agência de veículos. Em Angra dos Reis (RJ), em uma comunidade do distrito de Frade, houve troca de tiros e a unidade especializada contou com o apoio do helicóptero da Polícia Civil. Contudo, a corporação não informou número de agentes envolvidos e tampouco fez um balanço da ação, pois manter o sigilo das investigações “é a maior garantia para chegar aos autores e mandantes dos crimes investigados”.

Milícia
Ainda conforme fontes policiais, os responsáveis pela elucidação da morte de Marielle estão convictos agora de que não houve participação do miliciano Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando da Curicica, no duplo homicídio. Ele – que responde a 12 homicídios e está em presídio de segurança máxima no Rio Grande do Norte – chegou a ser inicialmente apontado como um dos assassinos da vereadora e do motorista.

Em depoimento ao Ministério Público Federal, Curicica negou participação no duplo homicídio, mas reconheceu outros crimes  – inclusive, acusou a Delegacia de Homicídios de receber R$ 200 mil de mesada para não investigar crimes cometidos a mando de contraventores cariocas. Cópia do relato foi encaminhada à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que pediu para a Polícia Federal apurar as irregularidades. (Com informações de agências)

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