PM que torturou mulher tentou registrar falsa ocorrência, diz família
O policial teria acusado o padrasto da namorada, à época menor de idade, de estupro de vulnerável para conseguir a guarda dela
atualizado
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O sargento Daniel Deglmann tentou registrar um falso boletim de ocorrência contra o padrasto da então companheira. O policial militar foi preso na semana passada acusado de dopar, torturar e manter a mulher em cárcere privado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ). As informações são do jornal Extra.
A tentativa de registrar o falso boletim teria ocorrido em 2013, de acordo com a reportagem. Daniel quis acusar o padrasto da companheira, que era menor de idade, por estupro de vulnerável. Na ocasião, a mulher havia voltado para a casa da mãe e do padrasto por ter sido espancada pelo companheiro.
Ao chegar na delegacia, o PM disse que o padrasto da companheira tinha praticado o crime. Durante os depoimentos, contudo, um dos investigadores teria percebido que Daniel estava tentando registrar um falso boletim de ocorrência. Ao saber que a vítima faria um exame de corpo de delito, o sargento desistiu, segundo contam familiares da companheira.
“Ele [Daniel] tentou criar essa história louca porque não queria que a minha filha vivesse lá em casa. Insistiu que o policial abrisse um inquérito contra o meu marido. Ele obrigou ela [a vítima] a dizer que o crime tinha acontecido. Eu fui até o Conselho Tutelar contra ele”, disse a mãe da jovem à reportagem.
Entenda
O policial militar Daniel Deglmann foi preso na semana passada em cumprimento de mandado de prisão preventiva pelos crimes de sequestro, cárcere privado e tortura – todos em razão de violência doméstica.
De acordo com a delegada Fernanda Santos Fernandes, no último dia 17, Daniel sequestrou a ex-companheira e a manteve em cárcere privado por 17 horas. Exigiu ainda que ela confessasse supostos relacionamentos amorosos mantidos enquanto o casal esteve separado. A vítima ainda foi torturada e dopada pelo autor.