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PM nega motivação racista ao espancar João Alberto no Carrefour

Giovane Gaspar parece nas imagens dando diversos socos contra a vítima. Ele alegou que não teve intenção de matar

atualizado

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João Alberto
1 de 1 João Alberto - Foto: Reprodução

O policial militar temporário Giovane Gaspar prestou depoimento à Polícia Civil gaúcha na sexta-feira (27/11) sobre o assassinato de João Alberto Freitas, o Beto, homem negro morto após ser espancado por seguranças do supermercado Carrefour em Porto Alegre.

Gaspar é o homem que aparece nas imagens desferindo diversos socos contra a vítima. Em seu depoimento, ele alegou que não teve intenção de matar Beto, afirmando que tentava apenas conter a vítima. Durante a oitiva, que durou cerca de quatro horas, Gaspar negou qualquer motivação racista para as agressões.

A Brigada Militar do Rio Grande do Sul comunicou na sexta o desligamento de Gaspar da corporação, mas ainda há prazo para que ele recorra da decisão. A defesa do policial também pretende apresentar um pedido de liberdade.

Gaspar prestou depoimento no quartel da Brigada, onde está preso Segundo a delegada Roberta Bertoldo, responsável pelas investigações, o segurança escutou no rádio que era preciso apoio no caixa 25, onde estaria Beto. Chegando ao local, Gaspar alegou que viu Beto com uma “cara brava” olhando para uma fiscal O segurança também contou que perguntou a Beto se tinha algum problema e ouviu a resposta de que estava tudo certo.

Logo após o breve diálogo, Beto teria começado a caminhar rumo à saída. Gaspar contou à polícia que decidiu seguir Beto pois temia uma ocorrência mais grave. O segurança garantiu que não houve troca de palavras entre eles no caminho. Quando chegaram na portaria, Beto desferiu um soco contra Gaspar, que reagiu imediatamente com vários golpes contra o rosto do cliente, enquanto o seu colega Magno Braz Borges, também segurança do mercado, segurava as mãos da vítima.

De acordo com a delegada, o segurança disse ter ficado assustado com a força física de Beto. Ele também admitiu todas as agressões, mas negou qualquer intenção de matar. No depoimento, disse que, ao ver Beto desacordado, ele e o colega acreditavam que era apenas um desmaio. Sobre a participação da fiscal Adriana Alves Dutra, também presa, o segurança deu poucos detalhes e afirmou que não recebeu qualquer ordem, embora ela fosse sua superior naquele momento.

Sem vínculo

Em relação ao vínculo empregatício, a defesa de Gaspar apresentou um nova versão. Segundo os advogados, o segurança não tinha qualquer vínculo com a Vector, empresa terceirizada contratada para fazer a segurança do Carrefour. O Grupo Vector já declarou que ele era registrado.

De acordo com os advogados David Leal e Raiza Hoffmeister, Gaspar teria sido contratado informalmente para cobrir as folgas de um amigo, quem faria o pagamento pelo trabalho. A própria Vector reconheceu Gaspar como um de seus funcionários, anunciando inclusive a sua demissão por justa causa.

Desligamento

Nesta sexta-feira, 27, Gaspar foi comunicado oficialmente de seu desligamento da Brigada Militar. A decisão foi tomada pelo comando da corporação na quinta-feira, 26. Gaspar ingressou na Brigada em 2018, na condição de Policial Militar Temporário. Ele tem três dias para entrar com recurso contra a decisão.

O Carrefour anunciou nesta sexta que segue em contato com a família de João Beto. A empresa afirmou que, enquanto as negociações seguem, a rede varejista oferecerá dois apoios imediatos: ajuda emergencial à família da vítima, com assistente social para dar apoio psicológico à viúva, Milena Borges, à filha mais velha, Thaís, de 22 anos, e à ex-mulher de João Alberto, com a qual ele teve outros três filhos.

“O Carrefour sabe que nada trará a vida do senhor João Alberto de volta, mas espera poder ajudar a família neste momento de dor irreparável. E continua avançando para implementar as medidas que ajudarão a contribuir para o combate à discriminação racial no Brasil”, diz trecho da nota.

O comunicado ainda ressalta que “como ponto inicial da transformação radial de seu modelo de segurança”, a empresa está em processo de contratação de pessoas para a loja Passo D’Areia em até uma semana. Outras duas unidades da rede na cidade de Porto Alegre também vão passar por mudanças.

16 imagens
Beto morreu após ação brutal de seguranças
Marcha contra o racismo nas ruas da Asa Sul
Cenas do espancamento de João Beto
Um desentendimento com funcionários do Carrefour teria motivado as agressões sofridas por João Alberto. Dois seguranças foram presos em flagrante
Um vídeo mostra as agressões
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Laudo médico aponta asfixia como "causa provável" da morte de João Alberto

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Beto morreu após ação brutal de seguranças

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Marcha contra o racismo nas ruas da Asa Sul

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Cenas do espancamento de João Beto

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Um desentendimento com funcionários do Carrefour teria motivado as agressões sofridas por João Alberto. Dois seguranças foram presos em flagrante

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Um vídeo mostra as agressões

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Ele foi enterrado na manhã de 21/11, no Cemitério Municipal São João, zona norte de Porto Alegre

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Ele morreu ainda no local

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Mercado Carrefour depredado em São Paulo

Foto: Fábio Vieira/Especial Metrópoles
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Manifestantes depredam Carrefour em São Paulo

Fabio Vieira/Especial para o Metrópoles
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Manifestantes depredam Carrefour em São Paulo

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Manifestantes depredam Carrefour em São Paulo

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Manifestantes depredam Carrefour em São Paulo

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Manifestantes depredam Carrefour em São Paulo

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Protesto na porta do Carrefour, na quadra 402 Sul, em Brasília

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PMs formaram cordão de isolamento na frente do prédio

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