PI: PMs são investigadas por uso indevido da farda após desafio no TikTok
Mulheres participaram do desafio de troca de roupas no aplicativo. Advogado acusa corregedoria de “machismo”
atualizado
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A Corregedoria da Polícia Militar do Piauí (PMPI) vai investigar sete agentes acusadas de terem cometido “transgressão disciplinar” ao publicarem um vídeo, no aplicativo TikTok, fardadas.
As mulheres participaram do desafio de troca de roupas no aplicativo. Em um primeiro momento, elas aparecem com o uniforme da corporação e, em seguida, com uma outra roupa. Veja:
Ao portal G1, a sargento Elineuda Morais, uma das policiais que aparecem no vídeo, disse que viu o desafio como uma forma de enaltecer a beleza feminina e o trabalho das mulheres.
“É uma manobra do comando-geral tentando mascarar o preconceito, o machismo”, disse o advogado Otoniel Bisneto, que defende as PMs, ao ressaltar que o vídeo não pode ser caracterizado como transgressão.
O Metrópoles entrou em contato com a tenente-coronel Elza Rodrigues Ferreira, diretora de comunicação social da Polícia Militar do Piauí, que respondeu em seis pontos. Confira:
“A PMPI diante dos acontecimentos relativos à exposição de Policiais Militares nas mídias sociais fardados, presta as seguintes informações:
- A utilização do uniforme é regida por legislação específica sendo um dos principais símbolos que representam a profissão militar. Ele reflete o valor e a tradição castrense;
- A utilização de uniformes representa a legítima autoridade investida pelos poderes constituídos, sendo sua utilização prevista nos regulamentos internos das organizações militares;
- A apuração de fatos dessa natureza ocorrem em outras co-irmãs visando o respeito aos regulamentos disciplinares das corporações;
- A Corregedoria-Geral da PMPI instaurou, no ano de 2020, três procedimentos administrativos, sendo um inquérito policial militar e duas sindicâncias por uso indevido de uniformes e por falta de autorização para utilização dos fardamentos. Em que a ampla defesa e contraditório sempre norteiam todos os procedimentos;
- Diferentemente do que vem sendo divulgado, não existe qualquer espécie de preconceito ou “machismo” dentro da instituição, pois casos similares estão sendo objeto de apuração com o efetivo masculino, sempre dentro da legalidade e imparcialidade;
- Vale salientar que a sindicância é um procedimento apuratório sumário, que busca subsídios para apurar a existência ou não de irregularidades, vislumbrando critérios objetivos de como se deram os fatos: local, situação e demais dados pertinentes que sirvam de base para a devida tomada de decisão pelo gestor.”