PF prende quadrilha suspeita de clonar WhatsApp de ministros de Temer
Os criminosos se “apossavam” das contas de autoridades públicas e solicitavam transferências bancárias se passando por elas
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (17/7) a Operação Swindle, com objetivo de desarticular grupo que realizava clonagens de números telefônicos de autoridades brasileiras para aplicar golpes via WhatsApp.
As investigações começaram em março, após os celulares dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Agrário Osmar Terra terem sido clonados.
Policiais federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados do Maranhão e Mato Grosso do Sul. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal em Brasília.
De acordo com a PF, o grupo abria contas falsas. Os criminosos se “apossavam” de informações em troca de mensagens de WhatsApp de autoridades públicas e, fazendo-se passar por elas, solicitavam transferências bancárias das pessoas registradas nas listas de contato.
Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de invasão de dispositivo informático, estelionato e associação criminosa. Swindle significa “fraude” em inglês.
Depósitos bancários
O deputado federal Ronaldo Fonseca (Pros-DF) também foi vítima do golpe em fevereiro de 2018. Após perceber que seu celular estava sem sinal, o parlamentar recebeu um alerta da mulher: sua conta no WhatsApp ligada ao número funcional da Câmara dos Deputados estava enviando a contatos de sua lista telefônica pedidos de depósitos bancários.
“Eles mandaram mensagem no grupo da família. Minha esposa viu e achou estranho”, contou o deputado à época. Nas mensagens, os criminosos iniciam um diálogo e questionam se o interlocutor possui conta no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal. Em seguida, pedem para o contato realizar uma transferência sob o pretexto de que o limite bancário já havia sido ultrapassado e o valor seria ressarcido em breve.
Fonseca registrou um boletim de ocorrência eletrônico e notificou os amigos do incidente. A reação, no entanto, não foi rápida o suficiente para impedir que dois contatos do deputado caíssem no golpe. Um conhecido realizou uma transferência no valor de R$ 2 mil, enquanto outro depositou R$ 1,7 mil na conta dos criminosos e pagou um boleto de R$ 300.
O deputado afirmou que acionou a operadora telefônica. Foi identificada uma transação realizada por um homem portando documento falso em loja de São Paulo.