PF investiga se irmãos de ex-senador de MG tomaram vacina clandestina
Os investigadores acreditam que as vacinas aplicadas no grupo são falsas. Suspeita é de que tenham recebido soro
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Federal investiga se os irmãos do ex-senador Clésio Andrade estão entre os imunizados do grupo de empresários suspeito de promover uma vacinação clandestina na garagem de uma empresa de transportes de Belo Horizonte (MG). O caso aconteceu em 23 de março. Segundo a corporação, os nomes deles estão entre os 57 listados em documento apreendido durante Operação Camarote.
Em entrevista ao G1, Clésio negou que tivesse tomado a vacina, mas admitiu que foi até o local. “Estive lá com alguns familiares, mas parece que foi soro, fraude”, afirmou ao portal. O empresário, que será ouvido pela Polícia Federal na semana que vem, afirmou, ainda, que irá se vacinar com os imunizantes do Sistema Único de Saúde (SUS) em 15 dias. Ele tem 68 anos.
Os investigadores acreditam que as vacinas aplicadas no grupo são falsas. Na terça-feira (30/3), agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de uma enfermeira ligada ao esquema. No local, foram encontradas grande quantidade de soro fisiológico.
A suspeita, apontada como Claudia Pinheiro, o filho Igor Pinheiro e um outro homem que estava presente durante a operação foram presos em flagrante e levados à Superintendência da Polícia Federal para prestar depoimento. Já o insumo foi apreendido e passará por perícia policial.
A profissional é a mesma que aparece em um vídeo gravado por um vizinho da garagem de onde supostamente empresários e políticos foram vacinados às escondidas, ignorando as prioridades definidas pelo Ministério da Saúde.
Assista:
Segundo informações da PF, a mulher já teria passagem na polícia por furto. Além disso, ela teria comercializado doses ilegais da vacina para outros grupos de pessoas, além dos envolvidos na Operação Camarote.
A Polícia Federal trabalha com três linhas investigativas: as vacinas serem falsificadas, terem sido importadas ilegalmente ou desviadas do Ministério da Saúde.
A operação da Polícia Federal faz parte de um inquérito aberto para investigar os empresários envolvidos no esquema. Os empresários da empresa de transporte de passageiros admitiram, em depoimentos prestados de forma espontânea, nessa segunda-feira (29/3), a aquisição dos medicamentos de procedência ilícita.