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PF deflagra operação de combate à imigração ilegal aos EUA

A ação é conjunta à Agência de Investigações de Segurança Interna (HSI, na sigla em inglês) da Embaixada dos EUA em Brasília

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policia federal e HSI rondonia / Metrópoles
1 de 1 policia federal e HSI rondonia / Metrópoles - Foto: PF divulgação /Metrópoles

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta segunda-feira (13/2), em Porto Velho, capital de Rondônia, a Operação Yankee, com o objetivo de combater o crime organizado, contrabando de migrantes e lavagem de dinheiro. A ação é conjunta à Agência de Investigações de Segurança Interna (HSI, na sigla em inglês) da Embaixada dos Estados Unidos (EUA) em Brasília.

A investigação foi iniciada em 2021, a partir de informações encaminhadas pelo Oficialato de Ligação da PF em El Paso, no Texas. O documento noticiou a identificação de brasileiros vinculados ao estado de Rondônia e envolvidos em esquema ilícito de contrabando de pessoas com destino aos Estados Unidos, por intermédio de uma organização criminosa.

A partir disso, a PF passou a monitorar os alvos e uma empresa aérea pertencente ao grupo, responsável por toda a logística de emissão de passaporte, compra de passagens e auxílio nos voos dos migrantes com destino ao México. De lá, os migrantes atravessavam a pé para os EUA.

Ao longo dos meses de investigação, foi possível identificar centenas de pessoas, a maioria residentes em Rondônia, que conseguiram ingressar em território americano com o apoio de “coiotes”. Além da atuação em Rondônia, outros criminosos atuavam em outras unidades da federação e em território americano.

De acordo com a nota da PF, mesmo com o pagamento dos valores cobrados pela organização aos migrantes, muitos não conseguiram cruzar a fronteira e foram deportados ao Brasil.

Ganhos da organização criminosa

Com autorização judicial, a PF obteve, por meio do afastamento dos sigilos dos investigados, elementos que comprovam a atuação da organização criminosa e os ganhos financeiros obtidos com a promoção ilegal da migração.

Isso porque eles cobravam elevados valores pelo auxílio na viagem, com a transferência de veículos e imóveis para os investigados e até mesmo com a emissão de notas promissórias.

Foi possível, assim, identificar os integrantes da organização criminosa, tanto no Brasil quanto nos EUA, que utilizavam uma empresa de viagens e turismo em Buritis, em Rondônia, para operacionalizar o esquema e lavar o dinheiro recebido ilicitamente.

Cooperação

A  HSI compartilhou informações e colaborou com a PF brasileira ao longo da Operação Yankee, como parte da cooperação policial de longa data entre autoridades norte-americanas e brasileiras. Foram analisadas contas bancárias da organização e foi encontrada uma movimentação superior a R$ 16,5 milhões entre 2017 e 2021, dinheiro decorrente dos pagamentos dos migrantes pela atuação do grupo criminoso.

Para a continuidade das investigações, a 3ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Rondônia deferiu a expedição de 10 mandados de busca e apreensão, a serem cumpridos nos Estados de Rondônia, Amazonas, Tocantins e Goiás, além da prisão da prisão preventiva de cinco investigados e a prisão domiciliar de uma pessoa.

A Justiça autorizou a inclusão dos mandados de prisão na Difusão Vermelha da Interpol visando ao cumprimento também nos EUA, além do bloqueio de mais de R$ 8 milhões.

As apreensões

Foram apreendidos dispositivos eletrônicos, documentos, bens de valor e armas de fogo, que serão periciados pela PF, podendo ainda revelar outros crimes praticados pelo grupo criminoso. A prisão de um dos líderes da organização foi acompanhada por agentes da HSI.

Até o momento, foram identificadas 444 vítimas de contrabando de pessoas no período compreendido entre 2019 e 2022, podendo esse número subir de forma significativa com a análise dos materiais apreendidos.

Os suspeitos ficarão à disposição da Justiça Federal e responderão pelos crimes de organização criminosa, contrabando de migrantes e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem ultrapassar 23 anos de reclusão.

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