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Operação para desestruturar PCC prende 63 pessoas

Objetivo da ação foi desmanchar cúpula da facção criminosa que comandava execuções de agentes públicos ou inimigos do grupo

atualizado

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Hugo Barreto/Especial para o Metrópoles
Brasília (DF), 25/11/2017 Arma de fogo
1 de 1 Brasília (DF), 25/11/2017 Arma de fogo - Foto: Hugo Barreto/Especial para o Metrópoles

Sete presos foram transferidos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e 63 mandados de prisão cumpridos nesta quinta-feira (14/6), durante a Operação Echelon, feita pelas secretarias da Segurança Pública e Administração Penitenciária de São Paulo, em conjunto com o Ministério Público. O objetivo foi desestruturar a cúpula da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Também houve o cumprimento de 55 mandados de busca e apreensão.

A operação teve início há um ano, com a interceptação de mensagens, o chamado “salve”, que integrantes do PCC emitiam para integrantes da facção fora de presídios. De acordo com o secretário de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, com a transferência, em 2016, de líderes da facção para o RDD, entre eles Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, a relação de poder foi substituída e novos integrantes passaram a enviar as mensagens.

Conforme explicou Gomes, foi possível recuperar as mensagens com a instalação de telas no esgoto dos presídios. “À medida medida em que entrávamos com o nosso pessoal, os presos rasgavam e colocavam esses salves na privada e davam descarga. Nós simulamos um problema no esgoto na penitenciária, instalamos telas e nos dias que sabíamos ter mais rascunhos, quinta e sexta, entramos com o pessoal e esses manuscritos foram jogados fora, mas pararam nessas redes”, descreveu.

Ordem para execuções de agentes públicos
O teor das mensagens não foi divulgado, mas, entre outros comunicados, elas se referiam a ordens para execuções de agentes públicos ou inimigos da facção, rebeliões em presídios e ataques a ônibus. Na avaliação dos responsáveis pela operação, é possível que novos interlocutores sejam definidos, mas a estruturação dessa rede de comunicação leva tempo, pois requer estabelecimento de relações de confiança entre os membros da facção.

O secretário de Segurança Pública, Mágino Alves, avaliou a operação como um “golpe sério e duro” ao PCC. “Desarticula essa organização criminosa e possibilita uma ação de autoridade de outros estados. Essa ação criminosa atingia outras unidades da Federação, então é um golpe a essa organização criminosa”, disse.

“Foi estancada uma importante célula da criminalidade organizada que gerava reflexos em outros estados da Federação”, destacou Mário Luiz Sarrubbo, subprocurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo. Segundo ele, o trabalho de investigação terá continuidade e as medidas judiciais cabíveis serão solicitadas pelo MP. “O trabalho apenas se inicia”, disse.

Das 63 prisões, 51 são de pessoas já presas e três ocorreram em flagrante. O promotor Linconl Gakiya, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente, no interior paulista, explicou que, apesar de parte deles já estar presa, a decretação de prisão preventiva por organização criminosa impede que sejam libertados pelo crime anterior, responsável por levá-los à prisão.

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