No Rio, policiais e parentes fazem ato contra morte de agentes
Segundo a PM, 91 policiais morreram em 2017. O último crime ocorreu na madrugada de sábado (22/7) para domingo (23/7)
atualizado
Compartilhar notícia
Policiais militares e parentes de PMs fizeram neste domingo (23/7) uma manifestação contra a morte de agentes de segurança no Rio de Janeiro. Segundo informações da PM, 91 policiais morreram no estado neste ano. A vítima mais recente foi o sargento Hudson Silva de Araujo, de 46 anos, morto na madrugada de hoje, durante confronto no morro do Vidigal, na zona sul da cidade.
Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Vidigal, policiais realizavam patrulhamento pela Rua Presidente João Goulart, uma das principais vias da comunidade, quando criminosos armados atacaram os agentes, por volta das 4h30 de hoje.
De acordo com a UPP, três suspeitos de envolvimento no ataque já foram identificados pelo Setor de Inteligência da unidade. O Comando de Operações Especiais e policiais do Vidigal realizam uma operação desde a madrugada na comunidade. A Divisão de Homicídios investiga o caso.
Na chamada Marcha Nacional pela Vida dos Policiais Militares, realizada hoje, na Praia de Copacabana, manifestantes exibiram faixas pedindo providências para acabar com as mortes de policiais e carregaram cruzes pretas, com os nomes dos policiais mortos.
Claudia dos Santos Nascimento perdeu seu marido, um policial militar, há 14 anos. “Sou viúva de um policial morto em combate. Meu marido saiu numa sexta-feira, com planos de passar o fim de semana com a família, e não voltou mais. Vocês não sabem a dor que meus filhos ainda sentem. Eu vejo a dor nos olhos deles”, disse a viúva.
Mãe de um policial militar, Rose (que não quis dar o sobrenome) disse temer pela vida do filho todos os dias. “Espero que a apareça alguém que dê um jeito nessa situação. Não é só o PM que está morrendo. O povo está morrendo. Você sai de madrugada e não sabe se volta para casa”, disse.
Já o marido de Bianca Barros, outro policial militar, ficou gravemente ferido durante um tiroteio no Morro do Salgueiro, em São Gonçalo, no final de 2014. Depois de ser baleado na cabeça, ele teve graves sequelas e teve todo o lado direito de seu corpo paralisado. “Estamos falando muito de mortes, mas não podemos nos esquecer dos feridos. Os policiais e suas famílias sofrem muito com isso”, disse.
Dos 91 mortos, 20 estavam de serviço quando foram vitimados, 54 estavam de folga e 17 eram policiais já reformados (aposentados).