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“Nasça branca da próxima vez”, dispara mulher racista em praia do RJ

“Era um ódio gratuito. Ela estava incomodada só porque sou mulata. Vou levar o caso na polícia até o fim porque ela não tem direito de agir assim”, declara a vítima das agressões verbais

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Em um domingo ensolarado como outro qualquer, a agente de viagens Sulamita Mermier, de 31 anos, começou a ouvir ofensas de teor racista de uma mulher que estava sentada ao seu lado na Praia da Reserva, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A vítima percebeu que era alvo de racismo quando a senhora, loira, de meia-idade, disse em alto e bom som que “não entendia porque mulata precisava pegar sol”. O caso foi registrado na polícia e agressora pode pegar até três anos de reclusão.

“Eu não fiz nada. Estava com minha irmã e minha amiga, que são brancas, então, vi que era para mim. Eu mal cheguei e já a escutei comentando, olhando para mim: “Hi, Hitler”. “Preto e mulato não são raça, são sub-raça. Não entendo por que preto pega sol. Esses cabelos duros”, declara Sulamita em entrevista ao site O Globo.

De acordo com a agente de viagens, a agressora dizia a todo tempo que “pagava um condomínio caro” e que “suburbanos deveriam ir procurar outra praia”. Depois de alguns minutos aguentando as ofensas, Sulamita decidiu pegar o celular e começar a gravar. “Quando o marido avisou que eu estava gravando, ela levantou e veio para cima de mim. E continuou me agredindo. Todo mundo na praia olhando. Virou um show. Ela ainda falou: ‘Pode gravar mesmo, tenho dinheiro e isso não vai dar em nada'”, relata.

As cenas foram compartilhadas no Facebook por um amigo da vítima, que ficou indignado com o ocorrido. A filmagem, que já atingiu mais de 2 milhões e 700 mil visualizações na rede social, capta o exato momento em que a senhora diz: “Não tenho culpa de você se sentir agredida por ser mulata, amor. Você é uma complexada. Nasça branca. Você nasceu mulata. Fazer o quê? Você é uma complexada, por ter cabelo duro”.

O caso foi registrado em uma delegacia da Barra da Tijuca e a acusada, uma pedagoga, de 54 anos, foi indiciada por injúria e por preconceito, com pena prevista de um a três anos de prisão e multa.

“Era um ódio gratuito. Ela estava incomodada só porque sou mulata. Não tenho vergonha do que sou. Vou levar o caso até o fim porque ela não tem direito de agir assim”, afirma. Além de ter as imagens como prova do crime, Sulamita relata ter diversas testemunhas ao seu favor. São pessoas que estavam no local na hora das agressões verbais e que se predispuseram a depor em sua defesa.

Nos comentários do vídeo, pessoas repugnaram a atitude da mulher. “Em pelo século 21, ainda existe gente racista… Como pode?”, escreveu uma internauta. “Inacreditável! Cadeia nela”, comentou outra.

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