“Não tenho dúvidas de que Dr. Jairinho é culpado”, diz pai de Henry
Engenheiro afirmou que o vereador é uma pessoal “muito fria”. Laudo de simulação, feito no apartamento, será determinante para inquérito
atualizado
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O pai do menino Henry Borel Medeiros, o engenheiro Leniel Borel, afirmou “não ter dúvidas” de que o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, é o culpado pela morte do garoto de 4 anos, ocorrida em 8 de março, no Rio de Janeiro.
“Não tenho dúvidas de que Dr. Jairinho é culpado. Naquela noite no hospital, ele ficava junto aos médicos que tentaram salvar o Henry o tempo todo. A princípio, eu achava que era porque também era médico, mas agora percebo que era para acobertar o que realmente aconteceu”, disse em entrevista à Veja.
Leniel descreve o vereador como uma pessoa fria. “Ele é muito frio. Assim que foi decretado o óbito do meu filho, Dr. Jairinho chegou perto de mim e, na frente de uma pessoa da igreja que frequento e de uma amiga minha, disse: ‘Vamos virar essa página, vida que segue. Faz outro filho'”.
Nessa quinta-feira (1°/4), o pai do garoto fez um desabafo nas redes sociais. “Filhinho, como era lindo te ver crescendo. Tão pequeno, tão doce… e tão inteligente. Como queria poder te ver crescer, amadurecer e até um dia te ver formado. Por que nos interromperam em uma das melhores fases da vida?”, escreveu, ao publicar um vídeo do menino brincando com uma mulher.
Ao receber o material, o delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), poderá finalizar o inquérito do caso Henry. A perícia provavelmente embasará a decisão do delegado sobre o destino do casal – Monique Medeiros da Costa Almeida e o médico e vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto de Henry, até então ouvidos apenas como testemunhas no inquérito.
A conclusão da investigação deve definir se a polícia aceita a tese de que houve um acidente doméstico – e a mãe e o padrasto de Henry são exonerados de qualquer suspeita – ou se o menino foi vítima de um crime – nesse caso, o casal, que estava com ele na noite da morte, pode ser indiciado.
Entenda o caso
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março, ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Leniel, ele e o filho passaram, normalmente, o fim de semana anterior. Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa, onde morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
Ainda conforme o relato do pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, de acordo com o registro policial feito pelo pai.
O laudo de exame de necrópsia aponta que a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.