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“Não deram chance ao meu filho”, desabafa mãe de jovem morto por PMs no Rio

Edson Arguinez Júnior foi enterrado nesta segunda-feira (14/12), em Belford Roxo, no Rio de Janeiro

atualizado

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Sob clima de revolta, foi enterrado, nesta segunda-feira (14/12), o corpo do camelô Edson Arguinez Júnior, de 20 anos. O jovem e o adolescente Jhordan Luiz Natividade, 17, foram mortos durante abordagem da Polícia Militar do Rio de Janeiro, na madrugada de sábado (12/12), em Belford Roxo (RJ). Após o crime, os policiais foram presos.

Estiveram presentes na despedida de Edson cerca de 60 pessoas, entre parentes e amigos. A jornalistas, o pai do camelô, Edson Arguinez, chamou os militares envolvidos no crime de “assassinos” e demonstrou revolta com o caso. A mãe, Renata Santos de Oliveira, não se conforma com o ocorrido.

“Eu estou fazendo uma coisa coisa que eu não desejo para ninguém, que é enterrar o meu filho. Os assassinos não deram chance para o meu filho. Não deram chance de um filho meu estar comigo hoje. Por quê? A troco de que ele fez isso com o meu filho?”, disse ao jornal O Globo.

Segundo Renata, os jovens teriam sido torturados pelos militares antes de serem executados.

“Você não espera que a polícia vai matar. Torturaram, assassinaram e ainda colocaram os corpos em outro lugar. Eles devem ter achado que o caso iria ficar impune. Mas não. Não porque eles têm família. Espero que eles apodreçam na cadeia”, disse a dona de casa.

A ação dos policiais foi registrada em vídeo por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível observar o momento exato da execução. Edson e Jhordan estavam em uma moto quando os militares dispararam contra eles. Os dois caíram no chão e não reagiram.

Caídos, os dois são chutados, arrastados e, horas depois, encontrados mortos. Veja:

Depoimento

Durante depoimento, os dois policiais afirmaram que o piloto da moto perdeu o controle e eles caíram, e que não houve nenhum disparo. Um deles, cabo Júlio César, relatou que os jovens foram algemados para serem encaminhados a delegacia.

Ainda na oitiva, eles disseram que uns 40 metros depois resolveram liberá-los porque concluíram que nem as vítimas nem o veículo tinham problemas.

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