Munição vendida à PM é achada perto dos corpos de jovens desaparecidos
Um inquérito policial militar foi instaurado pela Corregedoria e o TJ Militar decretou segredo de Justiça no caso
atualizado
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Cartuchos de pistola calibre .40, de uso restrito a agentes do poder público, encontrados no terreno onde a polícia localizou os corpos dos cinco jovens que estavam desaparecidos na zona leste de São Paulo havia duas semanas, pertencem a dois lotes fabricados pela CBC e comprados pela Polícia Militar.
Foram identificados os lotes de quatro dos cinco cartuchos achados no local. A informação reforça a suspeita de participação de PMs nos assassinatos. Um inquérito policial militar (IPM) foi instaurado pela Corregedoria da corporação e o Tribunal de Justiça Militar decretou sigilo no caso.
Segundo o ouvidor das Polícias, Julio Cesar Fernandes Neves, os corpos tinham “sinais claros de execução”. “Um deles estava amarrado, com aquelas fitas plásticas de algemas. Há tiros na cabeça e no tórax dos corpos. São sinais claros de uma execução.”A polícia já tem certeza de que ao menos dois dos corpos são de integrantes do grupo desaparecido desde o dia 21 de outubro. Foram identificados nesta segunda-feira (7/11), Caíque Henrique de Machado Silva, de 18 anos, e Robson Fernando Donato de Paula, de 16, o único menor do grupo. “O Caíque tinha uma prótese na tíbia, da mesma forma que um dos corpos. Eu mesmo perguntei isso para a mãe dele. Já o Robson era cadeirante, tinha uma prótese na coluna. Um dos corpos tinha uma prótese na coluna e usava uma fralda geriátrica”, disse o ouvidor. “Ele também tinha sinais de facadas.”