Mourão sobre Amazônia: Brasil é alvo de “pressões sem bases científicas”
O general afirma que alguns países, principalmente europeus, fazem críticas injustas ao Brasil
atualizado
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Sem citar nomes, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), tornou a alfinetar, nesta sexta-feira (8/10), grupos que pressionam o Brasil e outros países da América Latina a tomar ações tendo em vista a preservação da floresta amazônica. Segundo Mourão, algumas nações acusam o governo brasileiro “sem bases científicas” e tentam transferir as responsabilidades de barrar os avanços do desequilíbrio climático.
“Ao se aproximarem as conferências sobre mudanças climáticas e biodiversidade, e frente às pressões sem bases científicas que buscam indevidamente transferir aos nossos países a responsabilidade das ações necessárias para reverter os processos nocivos das mudanças climáticas e da perda da biodiversidade, devemos nos articular e nos unir para que a voz dos países em desenvolvimento, em particular a nossa, amazônicos, seja escutada de maneira clara e coerente”, disse o general na 3ª Cúpula Presidencial de Países Amazônicos.
“Mais do que qualquer outro grupo de países, estamos comprometidos com o bem-estar de toda a população amazônica, desde as comunidades indígenas e tradicionais até os trabalhadores urbanos, desde os agricultores familiares até os empresários e industriais. Reforcemos nossa determinação comum e nossos objetivos de desenvolvimento sustentável”, continuou o vice-presidente.
O general, que também preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal (Cnal), acredita que os países, principalmente os europeus, criticam as políticas públicas para a preservação ambiental da Amazônia porque levam em conta quem está à frente do governo brasileiro. Ao mesmo tempo em que Mourão se esforça para obter incentivos financeiros para a promoção do desenvolvimento sustentável da região, ele critica a insistência nos pedidos.
Em agosto, durante o Seminário Ações Estratégicas para a Defesa dos Interesses Nacionais na Questão Ambiental do Instituto General Villas, o general teceu duras críticas ao que ele classificou como “intervenções internacionais”.
“Quando a gente fala sobre sofrer consequências, a gente fala sobre intervenção. A intervenção refere-se sobre atuações externas que influenciam os assuntos internos de outro estado soberano”, declarou Mourão, na ocasião.
“Os menos coercitivos são os discursos. Quando a gente vê discursos de líderes de outros países se referindo a problemas da Amazônia é uma forma de intervenção. O seguinte passo é a propaganda, como nós vemos acontecer hoje na comunidade internacional, uma propaganda negativa em relação aquilo que é a realidade na Amazônia brasileira”, elencou o vice-presidente.
No mesmo dia, Mourão também declarou que o fato de o governo atual ser de “direita” o torna alvo desse tipo de questionamento por parte da esquerda internacional.
“Agora, temos problemas na Amazônia com a ocupação que é predatória e temos que corrigir. Existem os interesses políticos. É aquela articulação da esquerda mundial contra o governo do presidente Bolsonaro, por ser um governo de direita. Acho que todo mundo tem que entender o seguinte: ganhou eleição, assumiu, vamos governar e vamos colocar em prática aquilo que é o programa que foi pensado”, defendeu Mourão.