Militar com 39kg de cocaína não passou por segurança, diz Aeronáutica
Sargento Manoel Silva Rodrigues teria entrado no avião desligado, horas antes da decolagem, e colocado as drogas no local
atualizado
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Uma investigação da Aeronáutica identificou que o sargento Manoel Silva Rodrigues da Força Aérea Brasileira (FAB), que chegou a ser preso na Espanha em junho por suspeita de envolvimento em transporte de drogas, não submeteu suas bagagens aos processos de segurança, segundo informações reveladas neste domingo (01/09/2019) pelo Fantástico, da TV Globo.
Rodrigues fazia parte da comitiva de 21 militares que acompanhava a viagem do presidente Jair Bolsonaro a Tóquio, no Japão, onde participaria da reunião do G-20. A reportagem mostrou, ainda, que ele teria feito pelo menos 30 viagens nacionais e internacionais pela FAB nos últimos cinco anos, e que ele guardava em seu armário um mapa das câmeras da Base Aérea de Brasília, onde ficam os aviões presidenciais.
Segundo a reportagem, Rodrigues teria entrado no avião enquanto ele ainda estava desligado, horas antes da decolagem. É neste momento que ele teria colocado as drogas na aeronave. O relatório diz, ainda, que apenas alguns dos militares tiveram de passar por procedimentos de revista ou de raio-x. Ele não teria sido um deles, aponta o documento. Na Espanha, Silva Rodrigues disse a uma testemunha que levava em sua mala apenas “doce e queijo” para uma prima.
Na época, a Guarda Civil espanhola informou que foram encontrados 39 kg de cocaína com o sargento, escondidos numa maleta e divididos em pacotes. O inquérito revelou que havia drogas também em seu porta-terno e na sua mochila. O avião em que estava o militar era usado como reserva da aeronave presidencial e, portanto, a comitiva da qual o sargento fazia parte não estava no mesmo avião que transportou Bolsonaro de Brasília para para o país asiático.
Outro investigado
O tenente-coronel Alexandre Augusto Piovesan, que antes era testemunha, também passou a ser investigado. Após quebra de sigilo telefônico da ex-mulher de Silva Rodrigues, foi identificado que eles mantinham contato frequente e que o colega trazia “coisas” do exterior.
As buscas encontraram equipamentos importados no apartamento de Piovesan, que admitiu ter emprestado dinheiro e ter comprado produtos para o sargento Silva Rodrigues. O inquérito, no entanto, não indica que Piovesan participou do crime de tráfico de drogas.