Madrasta mata criança envenenada por seguro de R$ 800 mil
Jaira Gonçalves de Arruda, de 42 anos, foi indiciada pela Polícia Civil de Mato Grosso. Ela ainda é suspeita de matar o avô da menina
atualizado
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Uma mulher de 42 anos foi indiciada por matar envenenada a enteada de 11 anos em Cuiabá (MT). A motivação de Jaira Gonçalves de Arruda seria uma indenização de R$ 800 mil que a garota receberia, segundo informações da Polícia Civil do estado.
A morte de Mirella Poliane Chue de Oliveira foi constatada em junho deste ano, após dar entrada em um hospital na capital do estado, já sem vida. A causa da morte foi identificada, a princípio, como indeterminada.
Mas investigações da polícia desvendaram o plano de envenenamento em virtude de a criança ter recebido uma indenização pela morte da mãe. A mulher morreu por erro médico, durante o parto, em um hospital de Cuiabá.
A ação indenizatória foi movida pelos avós maternos da criança. Após 10 anos de tramitação do processo, a família ganhou a causa em última instância, cujo valor foi de R$ 800 mil, incluindo os descontos de honorários advocatícios.
A Justiça autorizou que fosse usada uma pequena parte do dinheiro para despesas da criança. A maior quantia, porém, ficaria em depósito para a menina movimentar quando adulta.
Até 2018, Mirella era criada pelos avós paternos. Em 2017, a avó morreu e no ano seguinte o avô também faleceu. Desde então a garota passou a ser criada pelo pai e pela madrasta. Com a situação, teve início o plano da mulher para matá-la.
A Polícia Civil concluiu que o crime foi premeditado e praticado em doses diárias, por dois meses. A madrasta causou a morte da menina com veneno, de venda proibida no Brasil, que foi ministrado gota a gota, entre abril e junho de 2019.
Jaira foi indiciada por homicídio duplamente qualificado, praticado por envenenamento e motivo torpe. As investigações concluíram que a mulher teria cometido o crime sozinha, sem auxílio de outra pessoa.
O inquérito aponta ainda que o pai da vítima não teve envolvimento direto e que ele teria sido induzido a erro pela mulher. A madrasta conduzia e tinha controle de todas as situações na família – finanças, educação, saúde e demais cuidados com a criança.
O trabalho investigativo apontou também a suspeita de que a madrasta teria envenenado o avô paterno da vítima, Edson Emanoel. A polícia trabalha para exumar o corpo do avô para coleta de material e exames.