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Lava Jato: PF encontra chaves que podem revelar novas propinas

Operação realizou, nesta quarta-feira (21/08/2019), mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e da Bahia

atualizado

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Polícia Federal
1 de 1 Polícia Federal - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A partir de buscas e apreensões realizadas nesta quarta-feira (21/08/2019) no âmbito da Operação Lava Jato, a Polícia Federal acredita que mais elementos podem sustentar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro a dois ex-ministros de governos petistas. Os investigadores encontraram chaves criptografadas que podem abrir pastas contendo detalhes de propinas.

A PF, em cooperação com o Ministério Público Federal, realizou na manhã desta quarta a 63ª fase da Lava Jato, denominada Carbonara Chimica. A suspeita é de pagamentos periódicos por parte da Odebrecht aos ex-ministros Antônio Palocci e Guido Mantega, identificados na planilha da empreiteira, respectivamente, como “Italiano” e “Pós-Itália”.

Os policiais federais cumpriram um mandado de prisão temporária contra Maurício Ferro, que atuou como diretor jurídico do grupo Odebrecht. O advogado Nilton Serson também é alvo, mas está nos Estados Unidos e, até o fim do dia, caso não se pronuncie, será declarado foragido.

Ainda foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, sendo oito em São Paulo e dois na Bahia. Em um desses, a PF encontrou chaves que podem dar acesso a pastas criptografadas. De acordo com os investigadores, é possível que os documentos comprovem propinas feitas nos últimos anos.

“Há possibilidade de que alguma dessas chaves que nós encontramos seja a senha de acesso a duas pastas que estão criptografadas. Tivemos acesso a uma parte do sistema e, agora, com o encontro dessas chaves, podemos ter acesso a arquivos que podem ter detalhamentos de pagamentos mais recentes”, frisou o delegado Thiago Giavarotti.

Segundo o policial, o acesso às pastas era algo “muito restrito, que poucas pessoas tinham acesso”. Em delação premiada, um dos executivos revelou quem seria o responsável pelas chaves. A PF acredita ainda que, caso os investigadores não as encontrassem, documentos poderiam desaparecer. Ao todo, foram localizadas quatro chaves criptografadas. O material apreendido estava na casa de Maurício Ferro.

O pagamento da propinas tinha entre os objetivos a aprovação de medidas provisórias que instituiriam novo refinanciamento de dívidas fiscais e permitiriam a utilização de prejuízos fiscais das empresas como forma de pagamento. Há indicativos de que parte dos valores indevidos teria sido entregue a um casal de publicitários como forma de dissimulação da origem do dinheiro.

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