Justiça absolve mecânico preso injustamente na Cidade de Deus
Luiz Felipe Neves Gustavo foi acusado de atirar em policiais militares durante um tiroteio na comunidade carioca
atualizado
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O mecânico Luiz Felipe Neves Gustavo, de 27 anos, foi absolvido pela Justiça nessa quarta-feira (24). A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal, acatou o pedido do Ministério Público para que o processo contra o rapaz não seja levado adiante. As informações são do jornal Extra.
Ele fora preso injustamente, acusado de atirar em policiais militares durante um tiroteio na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro. O caso ocorreu em 1º/08/2017. Apesar de ter saído da prisão no fim de 2018, Luiz ainda respondia pelo crime de tentativa de homicídio contra 18 policiais militares.
A soltura do homem havia sido determinada pela Justiça em dezembro de 2018. A decisão foi assinada pelo juiz Daniel Werneck Cottam, também da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, atendendo pedido do Ministério Público local.
A inocência de Luiz ficou comprovada após investigações apontarem que, naquele dia, ele estava no trabalho, em uma oficina mecânica. Uma folha de pontos comprovou a versão de Luiz. O chefe da empresa também prestou depoimentos à Justiça: ele informou que o mecânico trabalha na empresa desde 2016, mesmo ano em que passou a morar em Realengo, onde ainda mantém residência.
Além de Luiz, outros dois réus foram absolvidos: Felipe Castilhone dos Santos e Fabrício Batista dos Santos. De acordo com a magistrada responsável pela ação, não há evidências de que eles participaram do crime. “É certo que não se trouxe aos autos qualquer evidência segura da participação de qualquer dos acusados a que se refere a prova hoje produzida”, anotou a juíza na sentença.
O caso
Em 1º de agosto de 2017, uma terça-feira, durante um tiroteio na localidade conhecida como Santa Efigênia, na Cidade de Deus, um sargento da UPP local foi baleado no joelho durante confronto entre policiais e traficantes. Na 32ª DP (Taquara), agentes que participaram do tiroteio citaram, pela primeira vez, o nome de Luiz Felipe – ele teria sido reconhecido em uma fotografia.