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“Judeuzinho verme”: homem de 57 anos é espancado por 3 agressores

O homem foi atacado a socos e pontapés enquanto ouvia ofensas antissemitas. Ele teve os dentes arrebentados por um soco. Caso ocorreu em SP

atualizado

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Foto: arquivo pessoal
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1 de 1 quipá-2 - Foto: Foto: arquivo pessoal

Três criminosos espancaram um homem judeu, de 57 anos, que usava um quipá – adereço religioso que cobre parte da cabeça – enquanto caminhava na rua. O caso aconteceu na cidade de Jaguariúna, interior de São Paulo. A vítima teve os dentes arrebentados por um soco. As informações são do Buzzfeed.

Enquanto agrediam o homem, os agressores gritavam ofensas antissemitas. No relato da vítima, enquanto estava caído, os criminosos tomaram-lhe o quipá e rasgaram-no com um canivete.

O crime, que ocorreu no último dia 10 de fevereiro, está sendo investigado pela Polícia Civil, mas os autores ainda não foram identificados. Os suspeitos são dois homens brancos e um pardo, com idades entre 20 e 25 anos.

Relato da Vítima
A reportagem do BuzzFeed News conversou com o homem, cuja identidade foi preservada. De acordo com o relato, a vítima caminhava sozinha em direção à rodoviária de Jaguariúna. Ele foi chamado de “judeuzinho verme”, cercado e atacado. “Foi tudo muito rápido. Quando eu vi, um deles já estava bloqueando a minha passagem. Ele me agarrou pelo pescoço. Um me deu um chute no testículo. Quando eu me abaixei de dor, me deu um soco de baixo para cima no rosto, quebrando minha prótese dentária e meus dentes, e machucando minha boca”, relatou.

“Eles falaram que Hitler devia ter matado mais judeus. Meu quipá caiu no chão. Um deles pegou e o outro o cortou com um canivete. Ele disse que a próxima vez que me encontrassem seria pior. Eu fiquei no chão, sangrando.”

O homem não teve nada roubado. Ele está desempregado e conta com o apoio da comunidade judaica para tratar dos dentes. Ficou muito assustado e perplexo por esse tipo de violência ocorrer em Jaguariúna, onde não havia registro de ação de grupos de ódio de caráter antissemita.

Ele também afirmou, que desde que se converteu ao judaísmo há 30 anos, nunca tinha sido vítima de intolerância mesmo em outros países por onde passou, anos atrás, como Holanda e Alemanha. Como em Jaguariúna não há sinagoga, ele cumpre sua rotina religiosa na sinagoga de Campinas, a 30 km de onde mora.

Após a agressão o homem passou um tempo fazendo o trajeto até a sinagoga, usando um boné para esconder o quipá. “Naquele dia, eu fiquei agachado, sangrando. Eu senti muita impotência. Sou meio estourado, então eu engoli em seco quando me xingaram. Fiquei com o orgulho ferido, mas, depois, quando pensei no que mais poderiam ter feito, era só agradecimento”, afirmou.

O caso
A polícia local investiga o crime como lesão corporal e injúria racial. Ninguém foi identificado e a vítima disse acreditar que os agressores são de fora da cidade. O homem foi  à delegacia para ver fotos de suspeitos, mas não reconheceu ninguém.

“Eu não creio que vão pegar eles, mas estão tentando. Acho que isso aconteceu porque a humanidade está ficando doente de novo. Essas pessoas são doentes de caráter e da cabeça.”

A Federação Israelita do Estado de São Paulo e a entidade judaica Sinagoga Sem Fronteiras acompanham o caso.

 

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