Jovem negro chamado de “ladrãozinho” chorou após abordagem: “Desabei”
Bernardo Marins fez um Boletim de Ocorrência nessa segunda-feira (24/8) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância
atualizado
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O confeiteiro Bernardo Marins, de 20 anos, vítima de racismo ao ser chamado de “ladrãozinho” na última terça-feira (18/8) em uma unidade do hipermercado Extra, disse que chorou bastante quando chegou em casa após o episódio.
“Fiquei muito envergonhado pela situação. Só queria sair do mercado ou então que alguém me revistasse para provar que eu não tinha pegado nada”, contou o jovem, em entrevista ao programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo.
“Cheguei em casa, desabei, chorei. Para mim, acabou naquele momento. Minha mãe tentando me consolar…”, completou Bernardo Marins, ao relembrar as palavras de consolo da mulher: “Não vai ser a última vez que vou sofrer racismo“.
Na ocasião, o confeiteiro estava procurando alguns ingredientes para fazer o seu bolo de aniversário quando foi avordado por um segurança do hipermercado e chamado de “ladrãozinho”.
Bernardo contou também que quando procurou a polícia para registrar um boletim de ocorrência (BO), “basicamente me informaram que não era crime, não era racismo”. No entanto, ele conseguiu, junto a uma advogada, fazer o BO.
Após o episódio ocorrido no hipermercado, o jovem resolveu pintar o cabelo de preto. “A primeira coisa que fiz foi pintar o cabelo de preto. Pensei que o fato de eu estar loiro pudesse ter incrementado o racismo”, desabafou.