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Gesto desrespeitoso: Polícia Legislativa ouve assessor de Bolsonaro

Há expectativa de que o servidor seja indiciado. Ele foi flagrado fazendo gesto que remete a sinais obscenos e símbolos supremacistas

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Filipe Martins
1 de 1 Filipe Martins - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Polícia Legislativa ouviu, nesta quarta-feira (7/4), o depoimento do assessor especial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Filipe Martins. Ele foi flagrado reproduzindo gesto que remete a sinais obscenos e símbolos utilizados por supremacistas brancos. Há expectativa de que o servidor seja indiciado ainda nesta tarde.

Após o depoimento, o assessor do presidente se recusou a falar com a imprensa. Acompanhado dos advogados, Filipe não respondeu às perguntas dos jornalistas.

“[Investigação] Corre em segredo de Justiça, não tem como dar nenhum tipo de declaração adicional. Todos os esclarecimentos já foram prestados, muito obrigado”, disse um dos advogados, que não se identificou.

Questionado sobre o possível indiciamento do cliente e qual seria o procedimento a seguir, o advogado se esquivou. “Pode perguntar aqui [apontou para sala da Polícia Legislativa]”, afirmou aos jornalistas.

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Em abril, Filipe Martins esteve no Congresso Nacional para ser ouvido pela Polícia Legislativa sobre o suposto gesto supremacista
Filipe Martins será substituído pelo ex-chanceler Celso Amorim como assessor para Assuntos Internacionais da Presidência
Filipe Martins é um dos poucos olavistas remanescentes no governo Bolsonaro
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Filipe Martins, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro, foi preso no âmbito da operação Tempus Veritatis

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Em abril, Filipe Martins esteve no Congresso Nacional para ser ouvido pela Polícia Legislativa sobre o suposto gesto supremacista

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Filipe Martins será substituído pelo ex-chanceler Celso Amorim como assessor para Assuntos Internacionais da Presidência

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Filipe Martins é um dos poucos olavistas remanescentes no governo Bolsonaro

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Na semana passada, o Senado aprovou um voto de censura ao assessor. O pedido partiu de requerimento oferecido pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), um dia após o episódio.

Na ocasião, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), permitiu a leitura do requerimento. No entanto, segundo ele, por questões dispostas no regimento interno, não seria possível votar a proposta na sessão desta noite.

Na leitura do requerimento, Contarato classificou o episódio como “racista e preconceituoso”. “[Filipe Martins] Comportou-se de forma completamente inadequada, desrespeitosa e quiçá criminosa enquanto o presidente dessa Casa proferia seu discurso de abertura. “Compatível com o movimento supremacista branco.”

Segundo o parlamentar, esta não seria a primeira vez em que Martins reproduz símbolos utilizados pelos extremistas.

Ainda conforme Contarato, em 2019, o assessor especial do presidente teria compartilhado o poema de manifesto do terrorista Brenton Tarrant.

O criminoso foi preso após abrir fogo contra uma mesquita em Christchurch, na Nova Zelândia, em 2019. Cinquenta e uma pessoas morreram.

Veja o gesto feito pelo assessor: 

“Completamente inadequado”

Rodrigo Pacheco repudiou a conduta desrespeitosa do assessor especial do presidente. Na avaliação do senador, a ação de Martins configura “gesto completamente inapropriado”.

“Vendo as imagens, identificamos um gesto completamente inapropriado. Queremos uma vez mais repudiar todo e qualquer ato de racismo ou obsceno, dentro e fora do Senado”.

O presidente da Casa determinou que a Polícia Legislativa abra investigação sobre o episódio. O procedimento está em curso.

“Uma vez apontado o fato pelo senador Randolfe Rodrigues, imediatamente, determinei que a Secretaria-Geral da Mesa Diretora colhesse as imagens e as entregasse à Polícia Legislativa”, lembrou Pacheco, antes de pedir respeito à Casa. “Senado não é lugar de brincadeira”, disparou.

Ajeitando a lapela

Ainda na noite do incidente, o assessor alegou que estava apenas “ajeitando a lapela do terno”. Ele usou o Twitter para justificar as imagens em tom ácido: “Mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno”.

Veja post de Martins:

Defesa

Em nota enviada ao Metrópoles após a publicação desta matéria, o advogado João Manssur, que representa Filipe Martins, esclareceu que o procedimento investigativo tramita em segredo de Justiça e disse acreditar que não há elementos suficientes para um eventual indiciamento do cliente.

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