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Ex-diplomata condenado por agressão cria página para acusar ex

Caso envolvendo a atriz Cristiane Machado ficou conhecido por vídeos que o mostram tentando estrangulá-la com um fio

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1 de 1 sergio-thompson-flores - Foto: Reprodução

Condenado por agressão à ex-mulher, a atriz Cristiane Machado, o ex-diplomata Sergio Schiller Thompson-Flores criou páginas no Facebook e no YouTube em que se manifesta sobre o que chama de a “verdadeira história” do fim de seu casamento. Em lives e postagens, ele destrincha as denúncias e acusa a ex-companheira de montar uma “farsa midiática” com o objetivo de extorqui-lo.

O caso ganhou notoriedade nacional depois que a vítima divulgou imagens, gravadas por ela com câmeras escondidas, que o mostram a agredindo e tentando estrangulá-la com um fio de celular. A defesa de Thompson-Flores aponta “manipulação e edição” das filmagens.

“Nunca houve acusação de tentativa de feminicídio, isso foi um fake midiático que ela criou. Naquele momento, pus o fio na cintura e nos braços dela para segurá-la à distância, porque quando eu tentava segurar de perto ela me mordia, me arranhava, me dava socos e tapas. Ela pega o fio e coloca no pescoço”, acusa ele.

Thompson-Flores confirma ter empurrado Cristiane, mas alega que foi em reação a ataques que partiram dela. O ex-diplomata também nega que a ameaçou de morte, como consta em um áudio divulgado pela atriz. Segundo ele, a ex-esposa armou uma cena e o pegou dizendo “sandices”.

Em 2019, Thompson-Flores havia dado entrevista ao programa A Tarde é Sua, da RedeTV!, com sua versão da história. Ele dizia que as imagens eram adulteradas e editadas e tentavam caracterizá-lo como agressor quando ele estaria, em tese, se defendendo.

O Metrópoles entrou em contato com a atriz, que anunciou, em nota, ter procurado a Justiça: “Já reportamos à Justiça, que está ciente dos novos crimes e da violência continuada, como injúria, calúnia, discurso de ódio e perseguição na internet que meu agressor vem praticando para tentar abafar o crime grave cometido – ou melhor, crimes”.

“Para os agressores, todas as mulheres são loucas, ladras e desequilibradas. Não foi à toa que instalei câmeras. Ele pode fazer e falar o que quiser, pois nada justifica eu ter quase morrido nas mãos dele! Eu não vou tolerar mais uma agressão que só demonstra uma grande represália por eu ter sido a única mulher que teve coragem de denunciá-lo. E tenho provas!”, escreveu ela.

As páginas nas redes sociais também têm uma série de imagens que chamam Cristiane, entre outras coisas, de “assassina de reputação” e “psicopata que entrou na minha vida para me acusar falsamente, me extorquir e me roubar”.

A atriz tem o chamado “botão do pânico”, que a avisa sobre eventual aproximação do agressor. O acessório já apitou indicando a presença dele a menos de 200 metros dela. Thompson-Flores, que descumpriu medidas protetivas, questiona as violações e a acusa inclusive de usar a patrulha da Lei Maria da Penha como “Uber”, para ir até onde ele mora.

Segundo ele, Cristiane teria começado as agressões e a difamação depois que ele teria se recusado a engravidá-la. O ex-diplomata alega que, apesar da insistência da ex-mulher, ele postergou a tentativa de fertilização por causa de um ambiente de “constantes brigas, ciúmes e confabulações da ‘vítima’, que já criavam um cenário inapropriado e insalubre para o desenvolvimento saudável de uma criança”.

Preso preventivamente em novembro de 2018, o ex-diplomata conseguiu liberdade em junho do ano passado.

Vítimas Unidas

A polêmica com Thompson-Flores se avolumou depois de ele divulgar um abaixo-assinado pelo fim da Lei Maria da Penha, que protege vítimas de violência doméstica e de feminicídio. Pelo endosso, foi criticado pelo coletivo Vítimas Unidas, que ele acusa de fazer “terrorismo virtual” e de caluniar homens com acusações falsas de estupro.

“A minha sorte é que elas são tão irresponsáveis e tão arrogantes que estou recebendo documentação do material falso que elas disseminam, de declarações”, acusou ele.

Em live no Facebook, ele negou querer o fim da lei e disse que seu objetivo foi dar início a uma discussão sobre “enormes injustiças” sendo cometidas no âmbito dela.

“Eu não acredito que seja possível revogar e não sou a favor; endossei e divulguei como uma forma de provocar o debate, porque que a lei está sendo usada indevidamente, ninguém tem dúvidas, o número de denúncias falsas é estrondoso.”

Ao Metrópoles, a administradora do coletivo, a psicóloga Maria do Carmo, afirmou que, a despeito dos argumentos de Thompson-Flores de que as imagens teriam sido “manipuladas”, há ainda um áudio em que ele diz que irá matar Cristiane e a família e que isso por si só já é grave: “Não interessam só os vídeos, que ele diz que foram manipulados. Há um áudio em que ele diz ‘eu vou te matar, eu vou matar a sua família’, fica muito claro. Qualquer mulher que for ameaçada de morte, estaremos apoiando”.

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