Em nova fase da Lama Asfáltica, PF mira fraudes em remessas de valores
Segundo a investigação, os prejuízos causados ao erário nas seis etapas da operação passam dos R$ 432 milhões
atualizado
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Polícia Federal (PF), Controladoria Geral da União (CGU) e Receita Federal deflagraram nesta terça-feira (27/11) a Operação Computadores de Lama, sexta fase da Lama Asfáltica. A investigação desta etapa mira remessas clandestinas de valores para o exterior realizadas por proprietários de empresas de informática que já haviam sido alvo da mesma investigação.
Os prejuízos causados ao erário, somando-se as seis fases da Lama Asfáltica – e considerando as fraudes, os valores concedidos irregularmente como benefícios fiscais e as propinas pagas a integrantes do esquema -, passam dos R$ 432 milhões.
Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.
As medidas estão sendo cumpridas em Campo Grande (MS), Jaraguari (MS), Dourados (MS) e Paranhos (MS), com a participação de mais de 100 policiais federais, 17 servidores da CGU e 33 servidores da Receita.
A deflagração da nova fase da investigação decorreu da análise dos materiais apreendidos nas fases anteriores, de fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas. As investigações também têm como objetivo apurar desvios de recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas em contratações de serviços de informática, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, simulação de contratos para o repasse de recursos ilícitos e utilização de “laranjas” para ocultação patrimonial.
Acusações
As investigações da Lama Asfáltica já levaram à oito denúncias da Procuradoria da República. Em agosto, Ministério Público Federal acusou, em uma delas, o ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli e outras 40 pessoas por desvios que atingem R$ 534 milhões dos cofres do Estado.