Desenho de menino ajuda a prender enfermeiro suspeito de estuprá-lo
O garoto traçou uma viatura e escreveu, ao lado, um pedido ao delegado: “quero que ele seja preso para sempre”
atualizado
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O enfermeiro do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Adelci José Pazin de Souza, de 52 anos, foi preso nesta segunda-feira (7/8), em Campinas, região metropolitana de São Paulo. Ele é suspeito de estupro de vulnerável contra dois meninos, irmãos de 6 e 9 anos.
A mãe das crianças havia denunciado o suposto criminoso. Mas a Polícia Civil o capturou somente após uma das vítimas pedir ao delegado, em forma de desenho, a prisão do enfermeiro.
A captura ocorreu no estacionamento do hospital. O HC confirmou que Souza trabalha no Departamento de Internação Adulto e que estava licenciado. O homem era vizinho das vítimas, no bairro Jardim Europa, em Paulínia, e padrinho de casamento dos pais delas.De acordo com o delegado Rodrigo Luís Galazzo, que comanda o caso, a investigação começou há seis meses, depois que a mãe denunciou o caso à polícia. “Ela notou mudança de comportamento de um dos filhos e um deles contou o ocorrido. Ele tinha medo de contar aos pais porque o suspeito era muito próximo da família. Temiam que o enfermeiro pudesse fazer algo de grave com os pais”, relatou o delegado.
As crianças passaram a ser atendidas por uma psicóloga, que em abril recebeu uma carta do menino de 6 anos. O conteúdo traz o desenho de um carro de polícia e o pedido para que o delegado prendesse o suspeito para sempre. “Incluímos a carta e o parecer técnico da psicóloga no inquérito”, afirmou.
Segundo ele, a prisão demorou porque o enfermeiro estava de licença médica do trabalho e havia mudado de endereço. “Tivemos dificuldade de encontrá-lo. Então, soubemos que voltaria ao hospital na segunda-feira para renovar a licença. Foi aí que o prendemos”, explicou o delegado.
Aldeci José Pazin de Souza foi indiciado na Delegacia de Paulínia e preso temporariamente por 30 dias na cadeia anexa ao 2º Distrito Policial de Campinas.
O delegado apreendeu o celular do suspeito e diz que voltará a ouvir todas as testemunhas durante este período. O delegado estuda a possibilidade de renovar o pedido de prisão temporária
Em nota, a administração da Unicamp diz que “irá se manifestar sobre o caso assim que for comunicada da decisão e está à disposição das autoridades responsáveis”.