Deputado do Rio nomeou amante para cargo em comissão, diz Procuradoria
Marcos Abrahão (Avante) foi preso na Operação Furna da Onça, investigação que também envolve outros nove parlamentares
atualizado
Compartilhar notícia
A investigação da Operação Furna da Onça, deflagrada na manhã desta quinta-feira (8/11), aponta que o deputado estadual Marcos Abrahão (Avante) nomeou sua amante para um cargo de comissão na Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio. As informações são do Blog Fausto Macedo, no jornal O Estado de S.Paulo.
O parlamentar e outros nove deputados foram presos por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual.
“Descobriu-se, ainda, a partir da interceptação telefônica, que Marcos Abrahão nomeou sua amante para exercer cargo em comissão na Faetec, como coordenadora de unidade”, apontou o Ministério Público Federal.
Os 10 deputados são investigados por uso da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) a serviço do esquema atribuído ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
Segundo o Ministério Público Federal, os parlamentares recebiam propina mensal (mensalinho) durante o segundo mandato do emedebista (2011-14). A Furna da Onça aponta que a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e federais.
A investigação identificou que Marcos Abrahão tem influência no Detran-RJ por meio de Leonardo Mendonça de Andrade, seu assessor. A operação vê indícios, ainda, de “indicação de funcionário fantasma para a Secretaria Estadual de Educação e para a Secretaria Estadual de Saúde, ambas do Rio de Janeiro”.
Operação Cadeia Velha
A Operação Furna da Onça é um desdobramento da Operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017. Na ocasião, foram parar atrás das grades os deputados Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi.
A Cadeia Velha investigou esquema de corrupção no qual os deputados usavam sua influência para aprovar projetos na Alerj a fim de favorecer empresas de ônibus e empreiteiras.
Picciani cumpre prisão domiciliar devido ao seu estado de saúde. Já Paulo Mello e Albertassi estão presos em Bangu, um dos principais complexos penitenciários do Rio de Janeiro