Corpo queimado em canavial é de rapaz morto pela mãe por ser gay
Itaberlly Lozano, 17 anos, foi encontrado carbonizado, em janeiro, um mês após a mulher e o companheiro dela tirarem a vida do jovem
atualizado
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Um exame de DNA confirmou que o corpo encontrado carbonizado, em janeiro, em canavial de Cravinhos, no interior de São Paulo, é de Itaberlly Lozano, de 17 anos. Ele morreu em dezembro. De acordo com a Polícia Civil, o rapaz foi assassinado pela própria mãe, com a ajuda do padrasto, por ser homossexual.
O laudo, do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, ficou pronto na quinta-feira (13/7). Os restos mortais, que permaneciam no IML de Ribeirão Preto aguardando o resultado do DNA, foram liberados à família e serão sepultados nesta sexta-feira (14).
Ela contou com a ajuda de outros três jovens para o crime, executado na noite de 29 de dezembro, e do marido, padrasto do rapaz, para esconder o corpo. Itaberlly foi atraído para a casa da mãe e morto com facadas no pescoço. Tatiana foi ajudada por Victor Roberto da Silva, de 19 anos, Miller da Silva Barissa, de 18, e por uma garota de 16.
De acordo com a investigação, os dois rapazes espancaram e tentaram enforcar Itaberlly, mas, como ele resistia, a própria mãe o esfaqueou. Tatiana e o marido, o tratorista Alex Canteli Pereira, de 30 anos, levaram o corpo até o canavial e atearam fogo.
Seis dias antes de ser assassinado, o rapaz postou em rede social que a mãe o havia espancado por ser homossexual. No texto recuperado pela polícia ele escreve: “Lembrando que essa mulher que eu chamava de mãe me espancou e colocou uma renca de mlk (moleques) atrás de mim para me bater, me pôs para fora de casa e me deu uma pisa (surra), sabe por quê? Porque eu sou gay”.
O casal e os dois rapazes estão presos. A garota está sob custódia, já que a polícia acredita que ela também tenha participado do assassinato. O processo segue em segredo de Justiça por envolver menores, e a próxima audiência está marcada para 2 de agosto.
O Ministério Público acusa a mãe de homofobia e quer levar os acusados a júri popular, sustentando a tese de homicídio duplamente qualificado. A defesa do casal atribui o crime aos dois jovens que foram chamados por ela apenas para dar um “corretivo” no filho.
Já segundo o defensor desses acusados, eles apontam a mãe como executora do assassinato. A página de Itaberlly no Facebook foi convertida em memorial, com mensagens de luto e pedidos de justiça.