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Caso Isabele: polícia vê tiro intencional e indicia menina de 14 anos

Adolescente que disparou foi indiciada por ato infracional análogo a homicídio doloso. Outras quatro pessoas foram indiciadas

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Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu ao ser atingida por tiro na cabeça em condomínio
1 de 1 Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu ao ser atingida por tiro na cabeça em condomínio - Foto: reprodução

A Polícia Civil de Mato Grosso (PCMT) informou nessa quarta-feira (2/9) ter indiciado a adolescente de 14 anos que matou a amiga, Isabele Guimarães Ramos, também de 14 anos.  Os investigadores concluíram que o tiro de arma de fogo não foi acidental.

O episódio aconteceu em julho deste ano, em um condomínio de luxo em Cuiabá (MT). A adolescente que fez o disparo vai responder por ato infracional análogo a homicídio doloso, segundo informações da Polícia Civil.

O pai dela, que é empresário, vai responder por quatro crimes – entre eles, o de homicídio culposo, por ter agido, segundo os investigadores, com imprudência e negligência ao deixar que a filha pegasse a arma.

Além do pai, foram indiciados a mãe (omissão de cautela na guarda de arma de fogo), o sogro (omissão de cautela na guarda de arma de fogo) e o namorado (ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo) da autora do disparo.

O namorado da menina que atirou, que também é adolescente, levou duas armas à casa onde ocorreu a morte. Uma das armas, uma modelo Imbel 380, é a que foi usada pela adolescente de 14 anos causando a morte de Isabele.

Não foi acidental

O delegado Wagner Bassi disse que a adolescente que fez o disparo, no mínimo, assumiu o risco da produção do resultado morte, pelo fato de ser devidamente capacitada para uso de armas de fogo, tendo plena condição de saber se a arma estava ou não municiada.

Além disso, a forma como ocorreu o disparo, a 1,44 metro de altura e a 20-30 centímetros do rosto da vítima, com acionamento do gatilho pela adolescente, confirmam a tipificação do ato infracional, segundo ele.

Dessa maneira, a versão apresentada pela adolescente, que disse ter disparado a arma de fogo acidentalmente, não é compatível, segundo Bassi, com o conjunto dos elementos probatórios e laudos periciais levantados pela polícia.

Dinâmica do crime

Para explicar a dinâmica da morte de Isabele Ramos, a Polícia Civil realizou diversas diligências e requisitou perícias, entre elas a reprodução simulada dos fatos para esclarecer pontos necessários à conclusão do inquérito.

Conforme a análise das imagens coletadas na casa e no condomínio, o disparo contra Isabele Ramos ocorreu às 22h do dia 12 de julho, dentro do banheiro do quarto da adolescente.

Naquela tarde de domingo, o namorado da garota de 14 anos que fez o disparo chegou à casa onde ocorreu o crime com duas armas em uma maleta. Ele desmuniciou uma das armas. Depois, a arma foi manuseada pelas pessoas que estavam na residência.

Em uma mesa, na sala de jantar da casa, havia diversas armas expostas (seis no total), onde permaneceram para manutenção, que era realizada pelo pai da adolescente. No local havia sete adolescentes e as armas citadas não tinham um local seguro para guarda.

Antes de ir embora da residência, por volta das 21h50, o adolescente de 16 anos inseriu o carregador em uma das armas, sem que esse momento fosse visto pela namorada, e depois guardou a pistola de volta na maleta.

Após a saída do adolescente da casa, às 21h59, conforme atestam imagens coletadas pela polícia, a menina de 14 anos que fez o disparo pegou a maleta que estava em um sofá da sala e subiu para o segundo andar da casa.

A investigação apontou que ela foi em direção a seu quarto, onde deixou a maleta em cima de um móvel e a abriu, pegando uma das armas, e foi para o banheiro onde estava a vítima fumando um cigarro eletrônico.

As duas adolescentes ficaram no banheiro pelo período de 1 minuto e 18 segundos, intervalo temporal em que ocorreu o disparo.

“O intervalo de tempo em que ela pega a arma na maleta e entra no banheiro ocorre o carregamento da munição na câmara da arma e depois o disparo dentro do banheiro”, explicou o delegado Wagner Bassi, em coletiva.

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