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Candidata do PCdoB agredida pelo marido dá queixa e vai presa por desacato

Deputada federal Jandira Feghali denunciou o caso e afirmou que a prisão da vítima fere a Lei Maria da Penha

atualizado

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A candidata a vereadora em Resende (RJ) Leda Mota (PCdoB) foi presa, nessa quinta-feira (22/10), por suposta “interrupção de serviço público” ao se exaltar na delegacia da Polícia Civil enquanto denunciava ter sido vítima de violência doméstica.

Leda Mota foi agredida pelo companheiro, com quem vive há mais de 20 anos, na manhã dessa quinta-feira. O homem, que foi preso por policiais militares, quebrou uma cadeira e uma mesa de vidro, na frente das filhas.

Parte das agressões foram filmadas pela própria vítima, de 44 anos. Leda Mota publicou o vídeo em uma rede social. Nas imagens, é possível ver que o agressor levanta cadeiras e as joga contra a mulher. Assista:

Após a prisão do companheiro, Leda Mota foi à delegacia de Resende para prestar depoimento, mas acabou sendo presa por “interrupção de serviço público”. Ela teria se exaltado no local e, segundo os delegados, causou um “verdadeiro tumulto”.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) tem protestado contra a prisão de Leda Mota. Ao Metrópoles, a parlamentar conta que a mulher não poderia ter sido presa, pois fere os artigos 10, 11 e 12, sobre acolhimento à vítima, da Lei Maria da Penha.

“Ela foi à delegacia e o delegado veio falar com ela, mas ela disse que não queria falar com um homem. Só que o delegado entrava na sala e perguntava várias vezes se queria mesmo fazer a denúncia. Então, ela se exaltou e perguntou se ele era surdo”, conta Feghali.

No termo de declaração, ao qual o Metrópoles teve acesso, o delegado Michel Andre Murillo Floroschk afirma que Leda estava realizando uma “quizumba” e um “show” no local e por isso deu voz de prisão. “Delegacia de polícia não é picadeiro”, disse.

“Nesse caso, a Leda sofreu três violências: a de casa, a de abuso de autoridade e a violência política, pois o delegado destaca que ela estava realizando uma manobra eleitoreira. Isso é gravíssimo, um filme de terror”, conta Feghali.

A vítima de violência doméstica passou a última noite em uma cela na delegacia de Resende. Nesta manhã, a mulher foi transferida para o presídio de Volta Redonda. A defesa de Leda Mota aguarda audiência de custódia para liberar a cliente.

Procurada, a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) enviou um vídeo à reportagem gravado pela inspetora Rachel Mattoso, que trabalha no Núcleo de Atendimento à Mulher da 89ª Delegacia de Polícia (DP), onde Leda Mota foi para prestar depoimento.

“A vítima, muita alterada, acabou causando um verdadeiro tumulto, paralisando as atividades da unidade durante um longo período. Várias outras vítimas, mulheres, que estavam prestando depoimento, ficaram assustadas e foram embora”, diz.

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