Bia Kicis incentiva motim após morte de PM que surtou na Bahia
“Chega de cumprir ordem ilegal”, escreveu. Ao Metrópoles, deputada federal negou, contudo, estar incentivando o descumprimento de deveres
atualizado
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Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) defendeu, em mensagem publicada na madrugada desta segunda-feira (29/3) em rede social, um motim de policias militares contra o governador da Bahia, Rui Costa (PT).
O incentivo foi publicado pela parlamentar no Twitter, em comentário à morte do soldado da PM Wesley Soares Góes, após ter invadido, no domingo (28/3), o gramado em frente ao Farol da Barra, em Salvador (BA), e ter disparado pelo menos uma dezena de tiros para o alto.
“Soldado da PM da Bahia abatido por seus companheiros. Morreu porque se recusou a aprender trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora, a PM da Bahia parou. Chega de cumprir ordem ilegal”, escreveu Kicis.
O tuíte, no entanto, foi apagado logo no início desta manhã. Ao Metrópoles, a deputada federal afirmou que não existe nenhum motim. “Que ideia!”, assinalou. “As redes ficaram emocionadas com a morte do soldado. Mas refletindo melhor prefiro aguardar os rumos da investigação”, prosseguiu.
Questionada, novamente, se a frase “chega de cumprir ordem ilegal” não estaria incentivando o motim, a parlamentar não respondeu.
Em vídeos publicados por moradores da região nas redes sociais, o policial militar grita palavras de protesto, fala em desonra e violação da dignidade dos policiais. “Comunidade, venha testemunhar a honra ou a desonra do policial militar do estado da Bahia”, esbraveja.
O agente compareceu ao local de trabalho na manhã do último domingo, pegou o fuzil e sumiu do lugar de serviço, até ser reconhecido rompendo as barreiras que isolavam o ponto turístico da capital. Ele teria apresentado surto psicótico, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSPBA).
Góes morreu no Hospital Geral do Estado (HGE). A Polícia Militar (PM) afirmou que “lamenta a ocorrência crítica envolvendo um integrante da corporação” e que “não poupará esforços para que todos os protocolos internacionais de gerenciamento de crise sejam adotados”.
Policiais militares fizeram um protesto em frente ao Hospital Geral do Estado, na noite de domingo (28/3), e ameaçaram parar as atividades após o soldado ser baleado por colegas. Outra manifestação está marcada para esta segunda-feira (29/3), no Farol da Barra, onde ocorreu o caso.