Após ameaçar “encher de porrada”, Bolsonaro chama jornalistas de “bundões”
Declaração foi dada ao comentar que profissionais de imprensa teriam mais chances de morrer por não terem “histórico de atleta”
atualizado
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Um dia após dizer que gostaria de “encher com uma porrada” a boca de um repórter do jornal O Globo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a tratar a imprensa de forma desrespeitosa. Durante pronunciamento em evento com médicos no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira 24/8), o chefe do Executivo se referiu a jornalistas como “bundões”.
“Sempre fui atleta das Forças Armadas. Aquela história de atleta, que a imprensa gosta de tratar com deboche. Mas quando pega num bundão de vocês, a chance de sobreviver é bem menor. Só sabe fazer maldade e usar a caneta com maldade, em grande parte”, disparou. Também negou ter criado o diminutivo “gripezinha” para se referir ao novo coronavírus. “Quem falou ‘gripezinha’ foi o Drauzio Varella“, eximiu-se, sem mencionar que as declarações do médico foram dadas antes da chegada da pandemia ao Brasil.
Ameaça
Bolsonaro visitou a Catedral de Brasília neste domingo (24/8) quando foi questionado pelo jornalista sobre os depósitos feitos pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
“Minha vontade é encher tua boca na porrada, tá?”, respondeu o presidente.
Após a reação de Bolsonaro, outros repórteres que estavam no local perguntaram ao chefe do Executivo se aquilo se tratava de uma ameaça. O presidente não respondeu aos questionamentos e deixou o local logo em seguida.
Histórico de atleta
No dia 24 de março, Bolsonaro foi à rede de televisão e rádio para fazer um pronunciamento , que ficou conhecido por pelo uso dos termos “gripezinha” e “histórico de atleta”.
“Por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas sãs, com menos de 40 anos de idade”, questionou, antes de dizer que ele próprio, apesar de ter 65 anos, sentiria apenas uma “gripezinha”, um “resfriadinho”, já que tem “histórico de atleta”. Por quatro anos, Bolsonaro era paraquedista do Exército e chegou a fazer parte, mesmo que como reserva, da seleção da Forças Armadas na equipe de pentatlo militar.